Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos e Mineradores da Bahia

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Nota de pesar pelo falecimento de Rose Marie Muraro

Geral, 27 de Junho de 2014 às 13:09h

Rose Marie Muraro era uma grande defensora dos direitos das mulheres e não desconsiderava classes sociais.

 
Foi com profunda tristeza que a União Brasileira de Mulheres – UBM recebeu a notícia do falecimento da grande intelectual militante feminista Rose Marie Muraro, um exemplo de luta obstinada em defesa dos direitos das mulheres e dos mais pobres. 
 
Seu feminismo jamais desconsiderou as classes sociais sem, contudo, dar espaço para nenhum tipo de sectarismo, e por isso, foi duramente perseguida pelos setores mais atrasados da Igreja e excluída da Editora Vozes, que ajudara a edificar, e pela qual publicara tantos e tantos “livros que incendiariam o mundo”, como ela mesma se referia. 
Nenhuma perseguição calaria a menina que nasceu praticamente cega e cuja determinação levou à universidade e aos movimentos sociais ainda na primeira metade do século passado. Rose Marie fez de sua vida uma jornada em defesa da emancipação das mulheres e da Teologia da Libertação: foi eleita nove vezes a Mulher do Ano; a intelectual do ano de 1994 pela União Brasileira de Escritores; foi nomeada pelo Congresso Nacional a Patrona do Feminismo Brasileiro pela Lei 11.261 de 30 de dezembro de 2005; recebeu o Prêmio Bertha Lutz em 2008 e, finalmente, por seu trabalho como editora na história da resistência à ditatura militar, recebeu o Prêmio Teotônio Vilela em comemoração aos 20 anos da anistia no Brasil, em 2009, ambos do Senado Federal. 
Rose Marie teve uma vida intensa e deixou, além de sua vasta obra intelectual e militante, cinco filhos e doze netos, a quem nos somamos e solidarizamos neste 
momento de dor. O feminismo brasileiro, e com ele toda a União Brasileira de Mulheres, está de luto. Perdemos uma de nossas grandes expoentes. Contudo, as ideias desta grande mulher permanecerão vivas no vigoroso movimento feminista brasileiro, que ela ajudou a edificar tão brilhantemente, e que seguirá lutando sua batalha até a conquista de uma sociedade livre, fraterna e justa com todas e todos. 
 
 
Fonte: União Brasileira de Mulheres – UBM
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