O Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho recebeu graves denúncias sobre assédio moral e violência física, durante assembleia realizada com os trabalhadores da Cameron/Vescon na porta da empresa, no dia 13 de junho.
Segundo os relatos, os trabalhadores e trabalhadoras da Cameron vivem temerosos por terem que conviver com três gestores que fazem uso de seus cargos de confiança para perseguir, humilhar constranger e até agredir fisicamente o trabalhador. Como se não bastasse, ainda exigem que os mesmos façam seus apontamentos de produtividade abaixo do que realmente é e quando questionam o chefe, o motivo dessa omissão da verdade, ouve como resposta que quem manda no setor é ele.
Diante da gravidade das denúncias, a entidade verificou que os chefes envolvidos nos casos já são reincidentes. Dentre eles, um gestor com um vasto histórico de abuso de poder e assédio contra os trabalhadores como também, de péssimo tratamento a clientes internos e externos. A truculência é tanta, que vários trabalhadores chegaram a pedir demissão por não aguentar a convivência com o superior, neste longo tempo em que chefia a empresa. “Em 2010, em plena greve da categoria, um dos seus subordinados pediu demissão alegando que nunca havia trabalhado com alguém tão cruel e desumano e, antes que algo de mais grave acontecesse, ele preferiu sair da empresa”, conta um diretor da entidade.
Como se não bastasse, a dirigente sindical da base recebeu informações, através dos trabalhadores, que os gestores denunciados por assédio estariam incentivando alguns liderados seus, a realizarem denúncias contra a mesma (pelo canal de comunicação interno, ligado a Houston) como forma de intimidação, o que caracteriza prática antissindical e atentado à liberdade de expressão.
Várias reuniões sobre o assunto já foram feitas com a empresa, mas, as questões nunca foram solucionadas. “Quando a Cameron comprou a Vescon, achávamos que esta situação seria resolvida, pois, a empresa adota o código de ética e conduta e ainda dispõe de um canal de comunicação mundial para realização de denúncias, que é acessível a todos, e, nem assim, a condição de trabalho destas pessoas melhorou, pois o tal gestor muda as táticas, mas, as práticas continuam as mesmas”, informa um diretor do Sindicato.
A assembleia que seria para tratar da PLR 2014 foi tomada por denúncias de pedidos de demissões, adoecimento, constrangimento e assédio. Diante da gravidade da situação, uma eleição foi realizada e a paralisação foi votada por unanimidade com o objetivo de obrigar a empresa a responder pelos atos de seus líderes.
Em reunião com o Sindicato e uma comissão de trabalhadores todos os fatos foram apresentados à gerência geral e ao RH da Cameron. Um documento alertando a empresa quanto à gravidade dos problemas apontados e com todas as denúncias feitas através dos telefones da entidade e na porta da fábrica foi encaminhado pelo setor jurídico da entidade à gerência da empresa e protocolado no RH para ser encaminhado a matriz da Cameron, em Houston, nos Estados Unidos, bem como aos órgãos competentes na Bahia.
Em relação à atitude contra a dirigente sindical da base, o Sindicato já tomou as devidas providências para garantir a integridade da mesma, bem como a de todos os trabalhadores que denunciaram os seus agressores.