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Patrões 'oferecem' zero de aumento real para os metalúrgicos de Caxias

Geral, 18 de Junho de 2014 às 10:57h

A segunda reunião de negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região, no Rio Grande do Sul, e o SIMECS, que aconteceu durante a tarde desta segunda-feira (dia 16) terminou sem nenhum avanço significativo.

 
Os patrões 'ofereceram' apenas o índice do INPC do período, ou seja, zero de aumento real.
 
Esta postura demonstra que os patrões estão longe de valorizar o trabalhador nesse dissídio e não estão priorizando o acordo. A proposta apresentada pela patronal é a de manter o mesmo texto das cláusulas sociais de 2013 e reajuste salarial conforme o índice do INPC, da inflação. “Repor a inflação não é aumento de salário. Nós queremos é aumento real e este índice é inaceitável” destaca o presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias, Luis Carlos Ferreira.
 
A próxima reunião da Campanha Salarial deste ano entre as duas entidades acontece na próxima segunda-feira (dia 23).
 
As empresas vão bem
 
Graças à dedicação e ao empenho dos metalúrgicos, as empresas de Caxias vão muito bem. Agrale, Marcopolo e Randon cresceram em 2013, e não poderiam se queixar. A Randon, por exemplo, teve crescimento de 21% na sua receita líquida, com um recorde de R$ 4,3 bilhões.
 
A San Marino está muito bem com os BRTs. Progás e Vector estão contratando para dar conta da produção. A Randon está investindo R$ 2,5 bilhões em expansão da produção e a Guerra, R$ 20.000.000 com a ampliação da fábrica. "Quem está em crise não amplia estrutura!", questionou Luizão.
 
Principais reivindicações dos colegas metalúrgicos:
 
13,5% - O índice é baseado na inflação dos últimos 12 meses e no crescimento registrado pelas empresas.
 
Piso único de R$ 1.500 - para valorizar o salário médio da categoria e inibir os malefícios da rotatividade.
 
40 horas semanais sem redução de salários - para gerar mais oportunidades de empregos no setor e dar mais tempo para o lazer, a qualificação profissional e para a família do trabalhador.
 
Transporte e alimentação subsidiados - As empresas é que devem custear a alimentação e o deslocamentos dos trabalhadores de casa para o trabalho e vice-versa. Quanto custa para o metalúrgico tudo isso? No salário são descontados transporte, alimentação, plano de saúde, taxas bancárias, etc. Temos que refletir sobre o que deixamos para as empresas. Através das cláusulas sociais podemos diminuir esses descontos, ou seja, ganhar mais.
 
Auxílio-creche para crianças de até 5 anos - Este deve ser um direito da criança, para que pais e mães possam ficar tranquilos com seus filhos bem cuidados enquanto eles trabalham.
 
Igualdade salarial entre homens e mulheres no caso de mesma função - Trabalho igual, salário igual.
 
Auxílio-lanche para estudantes - Um grande número de trabalhadores também são estudantes. As empresas devem conceder um lanche para os estudantes ao fim do expediente.
 
Mensalistas - Os trabalhadores contratados nesse regime trabalham 5 dias por ano de graça para os patrões.A reivindicação é de que todos os trabalhadores mensalistas sejam contratados como horistas.
 
Intervalos de 10 minutos a cada 2 horas trabalhadas conforme a Norma Regulamentadora 15 - Os metalúrgicos reivindicam intervalos de 10 minutos a cada 2 horas de trabalho. Nesse tempo, o trabalhador poderá descansar, fazer um lanche e ir no banheiro.
 
Aplicação da NR 12 em todas as fábricas - A Norma Regulamentadora 12 (NR12), hoje assegurada pelo Ministério do Trabalho, estabelece as garantias mínimas de proteção ao trabalhador e normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Esta conquista está ameaçada por setores empresariais que consideram o lucro mais importante que a vida do trabalhador.
 
 
Fonte: adaptamos nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, publicada via CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
 
Colaboração: Marko Ajdaric
 

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