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Dieese: 87% das unidades de negociação conquistaram aumento real de salários

Geral, 04 de Abril de 2014 às 09:39h

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), através do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-Dieese), analisou os resultados das negociações coletivas de 671 unidades de negociação da Indústria, Comércio e Serviços em todo o território nacional no ano de 2013.
 
Na análise, constatou que cerca de 87% das unidades de negociação pesquisadas conquistaram reajustes com aumento real dos salários, 7% conquistaram reajustes em valor igual à inflação e 6% tiveram reajustes insuficientes para recompor o valor dos salários desde a última data-base - segundo comparação com o INPC-IBGE1. O aumento real médio em 2013 foi de 1,25%.
 
Os dados de 2013 revelam um recuo frente ao quadro analisado em 2012 - o melhor ano para a negociação dos reajustes salariais, de acordo com a pesquisa do SAS-Dieese -, e dados mais próximos aos observados em 2011. Esse resultado já se prenunciava no balanço do primeiro semestre de 2013. Porém, também como era esperado, as negociações coletivas do segundo semestre apresentaram um desempenho melhor que as do primeiro e elevaram o patamar médio das conquistas no ano: 94% das unidades de negociação com data-base no segundo semestre conquistaram aumentos reais, e o aumento real médio foi de 1,52%.
 
Em 2013, cerca de 87% dos 671 reajustes salariais analisados pelo SAS-Dieese resultaram em ganhos reais para os salários. Esse percentual é cerca de 8 pontos percentuais inferior ao observado nas mesmas 671 unidades de negociação em 2012, mas é próximo dos resultados observados em 2010 e 2011 e superior aos registrados em 2008 e 2009.
 
A queda no percentual de reajustes com aumento real se refletiu tanto no aumento do percentual daqueles em valor igual à variação da inflação medida pelo INPC-IBGE - da ordem de 3 p.p. em relação a 2012 - como no crescimento do percentual daqueles em valor abaixo desse índice - da ordem de 5 p.p., também na comparação com 2012.
 
Nota-se, igualmente, que cresceu o percentual de reajustes com ganhos reais abaixo de 1%, após um período em que estes vinham se reduzindo significativamente (em 2010 e 2012, em favor das faixas de maiores ganhos reais) ou mantendo-se em relativa estabilidade (em 2011). Os reajustes com ganhos reais de até 1%, somados àqueles localizados na faixa subsequente, entre 1,01% e 2% acima do INPC-IBGE, totalizam cerca de 2/3 dos reajustes salariais de 2013.
 
Os reajustes com ganhos reais acima de 3% representaram cerca de 5% do painel do ano passado - menos do que o observado em 2010, 2011 e 2012, e próximo ao registrado em 2008 e 2009.
 
Com relação à variação real dos salários resultante dos reajustes salariais analisados, nota-se que em 2013 a variação se deu entre 1,08% abaixo do INPC-IBGE e 8,31% acima - amplitude menor do que a registrada nos anos anteriores.
 
O aumento real médio em 2013 foi de 1,25% acima da inflação, abaixo do verificado em 2010, 2011 e 2012, e superior ao observado em 2008 e 2009. A comparação entre os valores localizados no 1º e 3º quartil e na mediana desde 2008 revela a mesma característica.
 
Dentre os setores analisados, o comércio foi o que apresentou o maior percentual de negociações com aumento real em 2013. Quase a totalidade das negociações do setor - 98% das 111 analisadas - registraram aumento real no ano. Na indústria, aumentos reais foram observados em 89% das 343 unidades de negociação pesquisadas. Nos Serviços, em 78% das 217 unidades de negociação do setor.
 
A maior freqüência de aumentos reais no comércio e a menor nos serviços foram observadas em todos os anos analisados neste estudo.
 
Nos três setores, a maior parte dos ganhos reais foi menor que 2% acima do INPC-IBGE. Na indústria e no comércio, os ganhos reais entre 1,01% e 2% foram os mais freqüentes. Nos Serviços, os mais freqüentes foram os ganhos reais de até 1%.
 
Os reajustes abaixo da inflação foram mais observados nos serviços (11% do setor), do que na indústria (5%) e no comércio (2%).
 
O percentual de reajustes acima da inflação na indústria, em 2013, é semelhante ao observado em 2010 e 2011 - nos dois casos, próximos de 90% -, superior a 2008 e 2009 - quando gravitaram em torno de 85% -, e inferior a 2012 - quando atingiu a marca de 96%. Por outro lado, a proporção de reajustes abaixo da inflação de 2013 é a maior desde 2010.
 
Quanto à variação do aumento real médio, em 2013 fica abaixo do observado em 2010, 2011 e 2012.
 
Considerando os principais segmentos da indústria, nota-se que a queda no número de aumentos reais em 2013 foi generalizada, embora nem sempre significativa (Tabela 4). Em muitos casos, o recuo em relação a 2012 representou uma volta ao patamar observado em 2010 ou 2011.
 
As principais reduções foram observadas nas negociações dos urbanitários (eletricitários e trabalhadores nas indústrias de purificação de água e saneamento básico), dos trabalhadores na indústria do vestuário e na indústria têxtil. Foi também entre os urbanitários que se observou a maior proporção de negociações com reajustes abaixo do INPC-IBGE na indústria (19%).
 
Aumentos reais foram mais freqüentes nas negociações dos gráficos, metalúrgicos, trabalhadores da alimentação, da construção e mobiliário e do papel, presentes em mais de 90% dos acordos analisados de cada segmento.
 
 
Fonte: Monitor Mercantil
 
Colaboração: Marko Ajdaric
 

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