Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos e Mineradores da Bahia

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Metalúrgicos de Taubaté deixaram de assinar um manifesto em apoio aos militares

Geral, 01 de Abril de 2014 às 08:43h

Deflagrado o golpe militar em 31 de março de 1964, a edição dominical do principal jornal de Taubaté, A Tribuna, de 3 de abril 1964, estampava em manchete de primeira página: “Operários taubateanos hipotecam solidariedade às autoridades do país”.

 
 
Foram signatários do documento os sindicatos dos trabalhadores nas indústrias de fiação e tecelagem; dos mestres e contramestres nas indústrias de tecelagem, gráficos de Taubaté, Pindamonhangaba, Caçapava e São José dos Campos, bancários de Taubaté, dos empregados no comércio de Taubaté, das indústrias de alimentação e enfermeiros do Vale do Paraíba. Frise-se: sem a assinatura do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
 
Na edição do dia 5 de março de A Tribuna, já aparecia uma manchete de primeira página: Metalúrgicos também assinaram. A partir dessa data, iniciou-se uma perseguição aos “comunistas” e o que se percebe pelas publicações da imprensa local é que havia uma verdadeira caça às bruxas, assumida pelo movimento denominado Comando de Caça aos Comunistas.
 
Sindicalistas de Taubaté foram mantidos presos por 40 dias na Casa de Custódia e depois transferidos para o navio-presídio Raul Soares, fundeado no porto de Santos, conforme manchete do jornal A Tribuna, não confirmadas pelas autoridades policiais, conforme relato publicado no livro Processo Histórico dos Sindicatos de Taubaté, de José dos Santos, advogado e primeiro presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
 
“É público e notório que o movimento militar de 1964 atrasou projetos reivindicatórios dos trabalhadores, uma vez que limitou a sua atuação. Todavia, os operários de Taubaté, através de suas entidades sindicais, deixaram registrada a sua posição diante dos acontecimentos”.
 
Nota: eu pude registrar um outro momento marcante da vida deste sindicato, que liderou a primeira greve contra assédio moral no Brasil: confira
 
 
Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
 
Colaboração: Marko Ajdaric
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