As mulheres crescem em participação na mão de obra da indústria metalúrgica na região de Sorocaba. Estudo realizado pela subseção do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos), no Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), atualizou as informações do perfil dos metalúrgicos, com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mais atual disponível, de 2012. As mulheres avançaram e em 2012 já eram 19% (8.155) de um total de 42.929 metalúrgicos da região, que abrange 14 municípios.
Em meados da década de 90, elas representavam cerca de 12%, de acordo com o sindicato. No Brasil, as mulheres representam 18,6% dos quase 2,4 milhões de metalúrgicos, também em números de 2012 e de acordo com dados do Rais e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O economista do DIEESE que foi responsável pelo estudo, Fernando Lima, entende que o avanço das mulheres nas indústrias metalúrgicas reflete o desempenho delas em outros setores da economia. Num primeiro momento imagina-se que o serviço é pesado para as mulheres, mas o economista ressalta que com os novos processos de produção se reduziu o esforço físico. "As funções em que se requer força são dirigidas mais aos homens", disse Lima.
Muitas indústrias de autopeças e eletrônicos utilizam a mão de obra feminina nas linhas de produção. O trabalho vai desde operadoras de máquina, montadoras a conferentes e supervisoras. As mulheres geralmente se dão bem nas funções em que se exige atenção, organização e critérios de qualidade. De acordo com o economista do Dieese, os processos de produção empregam cada vez mais tecnologia, de maneira a reduzir esforços e tempo de execução de uma tarefa.
Lima explica que dentro de uma fábrica pode haver divisão de seções entre homens e mulheres, porque determinadas funções são mais compatíveis a cada gênero. No entanto, há setores que empregam homens e mulheres, sem distinção. A organização, nesse sentido, depende do tipo de indústria e características da linha de produção.
Escolaridade
No estudo, o DIEESE também levantou informações sobre faixas etárias, grau de escolaridade e remuneração. A maioria dos trabalhadores têm ensino médio completo (63,31%). Já os metalúrgicos que têm o ensino superior são 16,11%. O estudo mostra a importância dos estudos, pois a maior remuneração média está na faixa dos trabalhadores que possuem doutorado ou mestrado, com valores médios de R$ 10.362,51 e R$12.107,23 respectivamente. Os trabalhadores que concluíram o ensino superior têm o salário médio de R$ 6.907.29.
A remuneração predominante é a dos trabalhadores que concluíram o ensino médio e recebem, em média, R$ 2.383,02. O piso salarial da categoria varia de R$ 1.100 a R$ 1.500, conforme a função, informa o sindicato. O estudo conclui, portanto, que a média está acima do piso e que o investimento em educação é fator primordial para o trabalhador ascender em remuneração e subir de funções na hierarquia da empresa.
O perfil engloba todos os setores da metalurgia, como administração, engenharia e produção. A maior parte atua na produção. A remuneração média distribuída por grupos de ocupações é de R$ 2.201 para trabalhadores de produção de bens e serviços industriais, de R$ 2.535 para trabalhadores de serviço administrativo e R$ 4.125 para técnicos de nível médio.
Em um resumo, o perfil médio do trabalhador metalúrgico na região de Sorocaba é jovem, na maioria homens, que trabalha na cidade de Sorocaba; em grandes empresas; com ensino médio completo; com pouco tempo de empresa; e com remuneração média de R$ 2.201 no setor de produção.
A partir de matéria do jornal diário Cruzeiro do Sul, de Sorocaba
Colaboração: Marko Ajdaric