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Detroit, a 'Capital dos Carros', declara bancarrota

Geral, 24 de Julho de 2013 às 15:03h

Os laços de Detroit, um dia cahmada MoTown, com a fortuna da indústria automotiva caíram ao longo de seis décadas. Os empregos industriais na cidade passaram de 296.000 em 1950 para menos de 27.000 em 2011. As montadoras americanas, que ainda dominavam o mercado nas décadas de 1950 e 1960, levaram boa parte da sua produção para fora de Detroit e construíram fábricas novas nos EUA e no mundo. Isso acelerou a decadência de Detroit.



Agora, Detroit é a maior cidade da história dos Estados Unidos a pedir proteção contra credores. Conhecida como a capital do automóvel dos EUA, viveu um processo de decadência que levou à redução da população, à elevada taxa de criminalidade e à crise de serviços públicos.

A cidade de Detroit, no estado do Michigan, nos Estados Unidos, declarou bancarrota e pediu, na quinta-feira (dia 18), a um tribunal federal, 'proteção contra os credores', mecanismo norte-americano que serve para amenizar a situação de entidades públicas e empresas em situação falimentar.

Conhecida como a capital da indústria automobilística no país, a cidade, com pouco mais de 700.000 habitantes e uma área metropolitana de 5.200.000, é já o maior caso de bancarrota de um condado (o equivalente a município) na história dos EUA.

O pedido foi feito depois de Kevyn Orr, nomeado gestor de emergência da cidade, não ter conseguido chegar a um acordo de reestruturação da dívida com um número suficiente de credores. A decisão final foi tomada pelo governador Rick Snyder, do partido Republicano.

'Foi uma decisão difícil e dolorosa, mas acredito que não há outras opções viáveis", disse Snyder num vídeo no site oficial do Estado de Michigan. "É uma situação que vinha a desenhar-se há 60 anos, em termos de decadência de Detroit. Do ponto de vista financeiro, deixem-me ser franco: Detroit está falida'.

A decadência da cidade fica evidente com alguns dados. A sua população caiu mais de 26% entre 2000 e 2012 e os 700.000 habitantes de hoje contrastam vivamente com os quase 2.000.000 de 1950, segundo o censo.

Cerca de 36% dos habitantes viviam abaixo do nível de pobreza entre 2007 e 2011, e em 2012 a cidade teve a maior taxa de crimes violentos entre os municípios americanos com mais de 200.000 habitantes, segundo o FBI. Cerca de 40% da iluminação pública não funciona, mais de metade dos parques da cidade fecharam e apenas um terço das ambulâncias estão operacionais.


O declínio de Detroit começou na década de 1950 com o fechamento da imensa fábrica da montadora Packard, disse John Wolkonowicz, ex-planejador de produtos da Ford. A fábrica nunca foi demolida; seu esqueleto é o símbolo da decadência da cidade.

Em 2012, três cidades da Califórnia declararam-se em bancarrota: Stockton, Mammoth Lakes e San Bernardino. Em 2011, Harrisburg, na Pensilvânia, tentou pedir proteção contra os credores, mas a iniciativa não foi considerada legal.

Fontes: Carta Maior, Esquerda.net, Exame e Manhattan Connection

Colaboração: Edição e clipagem de Marko Ajdarić

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