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Empresas contratadas pela Petrobrás dão calote em metalúrgicos

Geral, 06 de Janeiro de 2014 às 09:51h

A Petrobrás tem atrasado pagamentos a fornecedores e provocado dificuldades financeiras oas integrantes da cadeia de prestadores de serviços, após ter adotado uma política de redução de custos.

Em Alagoas, não é diferente, empresas contratadas pela estatal estão dando calotes nos trabalhadores e sumindo do estado. A denúncia foi feita pelo diretor presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Alagoas, Jobson Torres. Ele explicou que nestes casos, a própria Petrobras paga, por ser a corresponsável por contratar essas empresas.
 
'Os direitos trabalhistas em grande parte são pagos pela Petrobras, já que essas empresas não apresentam patrimônio para penhora judicial. A Petrobras paga como corresponsável por ser a contratante dessas empresas. O problema se iniciou com a SDM, que sumiu e deixou os trabalhadores sem receber. O sindicato acionou a justiça e a Petrobras acabou pagando a conta', disse.
 
Outras empresas chegaram a Alagoas, mas acabaram tendo o mesmo problema que a SDM; foram os casos da Tecmaster e da Montec, que em decorrência de procedimento com os preços  oferecidos pela Petrobras, chegaram a quase decretar falência.
 
'O caos não termina aqui, a empresa Cemom que também atuou em Alagoas está em recuperação judicial, a Inova também teve sérias dificuldades e a Sertel saiu do estado e não pagou as recisões'.
 
PROBLEMAS EM OUTROS ESTADOS
 
A Proen Engenharia, que também prestou serviços em Alagoas, através de contrato da Petrobras, foi acionada na justiça pelo Ministério Público do Trabalho, por não pagar os vencimentos aos funcionários, mas o problema não se fixa apenas aqui: na Bahia os trabalhadores ficaram sem receber salários, 13º, rescisões, vale alimentação.
 
'A maioria dessas empresas que sumiram de Alagoas está atuando em outros estados,  e - certamente - dando o mesmo calote que deu na maioria dos metalúrgicos alagoanos. 
 
Proen, SDM, Inova, Sertel sumiram sem pagar nada aos operários. A TQM veio para substituir a Sertel, mas em pouco tempo sumiu, deixando os trabalhadores na mão. O problema não está só em Alagoas, a Produman e Ecman faliram na Bahia e em Sergipe pelo mesmo problema com a Petrobras', ressaltou Jobson.
 
Segundo informações, a Petrobrás tem demorado mais tempo para liberar os aditivos aos contratos. Nas licitações, as empresas ganhavam oferecendo um orçamento abaixo do valor de mercado e depois recorriam aos aditivos, uma prática comum, já que depois esses aditivos eram liberados com mais facilidade.
 
INADIMPLÊNCIA DA PETROBRAS
 
Outro fato é o problema com as empresas que não são contratadas e que apenas prestam serviços de encomendas, como por exemplo a Jaraguá, que chegou a atrasar salários dos trabalhadores por conta da inadimplência da empresa petroleira.
 
A Caldemon é outra que teve problemas de pagamentos, devido a mesma situação da Jaraguá, aonde tiveram que demitir uma grande parte de operários. 'Nosso temor é que a Petrobras venha a ficar inadimplente com a Consórcio Tomé Ferrostaal, que possui o maior número de empregados: se esse fato chegar a ocorrer, quase 2.000 homens podem ficar sem empregos'.
 
Por fim, o presidente do sindicato dos metalúrgicos do estado vizinho pediu que a Petrobras tivesse mais rigor nos processos licitatórios, e que o serviço contratado fosse feito através da liberação que consta na programação do contrato. 'Sugiro também que a estatal no momento da licitação analise as empresas e as quais apresentem o menor valor, sejam eliminadas e não aceitas, pois quem sai perdendo nessa história toda é o trabalhador'.
 
 
Adaptado de Extra (Maceió)
 
Colaboração: Marko Ajdaric

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