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Sindicatos podem fazer nova greve nacional

Geral, 19 de Julho de 2013 às 10:15h

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, espera que o governo federal e o Congresso Nacional atendam às reivindicações das centrais sindicais até o final de agosto, sob risco de nova paralisação nacional.

Ele participou da segunda edição do novo programa 'MOBILIZA”, apresentado terça-feira (16/7), às 23:30, na TV Educativa, de Porto Alegre, quando debateu, ao lado do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, e do diretor da Força Sindical, Claudio Correa, o tema a volta às ruas das centrais sindicais.

Guiomar Vidor fez questão de assinalar que as centrais sindicais não fizeram um dia de paralisação nacional, em 11 de julho, apenas para se contrapor aos movimentos sociais que fizeram inúmeros protestos em praticamente todo o país durante o mês de junho. Ao responder o questionamento da apresentadora do programa, [a excelente profissional que tem origem no jornalismo cultural] Thaís Baldasso, sobre a demora das centrais sindicais em ir às ruas, o presidente da CTB-RS retificou:

'Os sindicatos não demoraram para entrar nessa luta já que estamos nela há bastante tempo. O problema é que a grande mídia nunca divulgou a nossa luta sindical'. E exemplificou: 'No dia 6 de março deste ano nós fizemos uma grande marcha com mais de 60.000 trabalhadores em Brasília e não saiu nada nos grandes veículos de comunicação de todo o país. Fomos ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto entregar a nossa pauta de reivindicações e infelizmente não houve divulgação alguma”.

Guiomar Vidor lembrou que em junho de 2010 foi realizado o maior encontro da classe trabalhadora. 'Naquela atividade, reunimos no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, mais de 30.000 trabalhadores e fizemos uma pauta unificada das centrais sindicais. Ali é que se iniciou mais recentemente a luta pelas reivindicações da classe trabalhadora, embora ela ocorra há muito tempo. Mas em 2010 iniciamos a construção da unidade de luta e a partir daí conseguimos criar o Fórum Nacional das Centrais Sindicais e muitas atividades já foram realizadas.

Mesmo considerando importante o atual movimento em busca de mudanças, o presidente da CTB-RS explica porque a paralisação do dia 11 deu tão certo. 'São vários os fatores, desde o momento político criado a partir das manifestações de junho até a histórica mobilização das centrais sindicais. Com organização, nós conseguimos dar um rumo ao movimento. Quando o trabalhador vê as centrais unidas em torno de uma pauta de reivindicações para melhorar a sua vida, é lógico que ele vai aderir a essa luta que teve uma manifestação organizada e um objetivo concreto”, analisou Guiomar Vidor.

O presidente da CTB-RS advertiu que as centrais poderão repetir a paralisação, como explicou. 'Foi dado prazo até o final de agosto para termos uma resposta. As centrais sindicais já definiram que darão continuidade e seguirão mobilizadas para pressionar o governo federal e o Congresso Nacional, que são que nem feijão: só cozinham sob pressão. Poderemos voltar a paralisação e por mais dias, dependendo do grau de radicalização, tanto do governo federal quanto do Congresso, caso não atendam a nossa pauta de reivindicações. Podemos evoluir para uma greve de tantos dias quantos forem necessários. Até porque o caminho escolhido foi o correto: construir essa unidade, ter uma pauta concreta e manter o Executivo e o Legislativo pressionados”.

Na avaliação de Guiomar Vidor, é necessário modificar a política macroeconômica do Estado. 'O nosso orçamento hoje é limitado, pois 14% do total arrecadado tem sido destinado ao pagamento da dívida pública com a União. O que resta para ser investido nas áreas de infraestrutura, saúde e educação?”, questionou. 'E se analisarmos o governo federal, é pior ainda: 47,19% de juros e amortizações da dívida do orçamento da União. Nós temos que mudar a atual política macroeconômica sob pena de daqui a pouco o Estado gerar recursos somente para o pagamento dos serviços e da própria dívida pública. Precisamos reduzir o superávit primário, mudar a política de juros – e aqui vai uma critica ao Banco Central que aumentou em 0,5% a taxa de juros na véspera da paralisação nacional.

Esses bilhões que deveriam ser destinados a transporte, saúde e educação são dados de mão beijada para os banqueiros, os especuladores internacionais e o capital que não é produtivo, não gera empregos, divisas nem desenvolvimento. Vai tudo para o capital especulativo que não produz nada do ponto de vista do desenvolvimento econômico e social. Este também é o questionamento que o movimento sindical vem fazendo: nós precisamos mudar o quadro da política macroeconômica nacional porque se não aproveitarmos esse movimento para fazer as reformas mais profundas na sociedade brasileira se, de fato, nós quisermos ver o Brasil avançar significativamente e de forma mais consolidada.”

Para Guiomar Vidor, esse também é o momento dos trabalhadores debaterem a reforma política. 'Nós queremos um processo eleitoral mais democrático em que os trabalhadores tenham condição de disputar em igualdade de condições. Hoje, do total de 513 deputados federais, nós temos em torno de 80 a 90 vinculados à causa dos trabalhadores. O financiamento privado de campanhas faz com que os empresários elejam os seus candidatos e assim têm assegurada uma ampla maioria, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Por isso essas políticas que estão sendo adotadas tendem mais para esses setores enquanto nós encontramos bastante dificuldade para ver aprovadas nossas reivindicações no Congresso”, criticou o presidente da CTB-RS.

Nós  entramos em contato com a TVE gaúcha e assim que esta edição do programa 'Mobiliza' estiver online, atravás do YouTube, nós vamos atualizar a notícia para vocês.

Com informações da CTB RS
Colaboração: Edição e clipagem de Marko Ajdarić

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