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Demissões e desrespeito no Estaleiro Mauá

Geral, 06 de Novembro de 2013 às 12:11h

Um ato realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí na manhã de segunda-feira (dia 4) na porta do Estaleiro Mauá arrancou um compromisso da empresa de quitar todas as indenizações e depositar a multa do FGTS dos 300 colegas demitidos nas últimas semanas


Os trabalhadores amanheceram no local e exigiram a 'quita', termo utilizado pelos metalúrgicos para quitação das indenizações. Com a intermediação do sindicato, o Estaleiro Mauá se comprometeu a pagar as indenizações e a multa do de 40% do FGTS até amanhã (dia 7). Mesmo com o compromisso, a direção do sindicato convocou os trabalhadores para um novo encontro no início da manhã de sexta-feira (dia 8), para confirmar os pagamentos.

O Estaleiro Mauá, um dos mais tradicionais do setor naval brasileiro, demitiu cerca de 300 trabalhadores nos últimos dias e não efetuou o pagamento das rescisões e, muito menos, depositou a multa de 40% do FGTS conforme determina a CLT. Cerca de 4.000 operários atuam no estaleiro que é o principal contratado da Petrobras na construção de navios petroleiros e plataformas.

O Mauá é controlado pelo Synergy Group, de German Efromovich, que controla também o estaleiro EISA e é dono da companhia aérea Avianca, que nas últimas semanas também vem demitindo metalúrgicos e não pagando os direitos contratuais e da CLT.

Além das demissões praticadas pelo Estaleiro Mauá em Niterói, a empresa ainda possui uma dívida acima de R$ 10.000.000 com empresas terceirizadas prestadoras de serviços. Por causa dessa dívida, 600 trabalhadores terceirizados também estão sem pagamentos e sem cobertura de planos de saúde. Um compromisso de cavalheiros firmado entre o Mauá e a Transpetro também não foi cumprido pela direção do estaleiro.

O acordo inicial dava conta de que a empresa quitaria 50% do valor total da dívida com as empresas terceirizadas que efetuariam o pagamento dos salários atrasados. Porém, o Estaleiro Mauá pagou apenas 25%, ou seja, metade do acordo. Ainda não se sabe se o dinheiro recebido foi para os trabalhadores, pois os mesmos ainda não entraram em contato com o sindicato.

Há cerca de um mês, a direção do sindicato conseguiu - através da Transpetro - o adiantamento de R$ 12.000.000 para garantir os salários dos cerca de 4.000 trabalhadores do Estaleiro Mauá e o pagamento de fornecedores. A própria Transpetro afirmou que não seria mais possível adiantar algum pagamento antes da entrega de novas medições dos navios. Ainda no mês de outubro, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói conseguiu que a empresa honrasse um compromisso com os trabalhadores e pagasse a bonificação pela entrega do casco 204.

No caminhão de som do sindicato, a direção demonstrou a indignação dos trabalhadores com a empresa e classificou como desrespeito e certeza da impunidade as práticas da administração do Mauá.

'Essas práticas do Sr. German deixa claro o descaso com o trabalhador. Já levamos estes acontecimentos à direção da Petrobras e da Transpetro. Tem muito dinheiro do governo federal investido aqui e, por isso, é obrigação que a empresa cumpra seus compromissos com os trabalhadores', afirmou Edson Rocha, presidente do sindicato.

A direção do sindicato dos metalúrgicos ainda repudiou o fato da Assembleia Legislativa conceder a Medalha Tiradentes ao presidente do Synergy Group, German Efromovich, ato agendado para o dia 11 de novembro.

'É uma afronta ao trabalhador do estado do Rio de Janeiro conceder uma medalha a um empresário que tanto prejudica a classe. Somente desonra os nossos representantes que não enxergam que os empresários massacram os trabalhadores. Está cada dia mais provado que os patrões não têm o menor respeito com seus trabalhadores. A história está aí para demonstrar que eles sempre agiram com absoluto descaso em relação aos empregados.', concluiu o presidente do sindicato.

A partir de texto do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí

Colaboração: Marko Ajdaric

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