Hoje, o Brasil enfrenta um dos seus piores momentos políticos e econômicos. O desemprego é recorde, assim como a inflação entre os mais pobres. Cenas de brasileiros revirando o lixo ou em busca de osso em açougues se tornaram rotineiras. A pandemia apenas agravou esse quadro.
Bandeja de carne vazia entregue no Supermercado Extra do Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo, na quinta-feira (14) — Foto: Reprodução/Facebook
O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. Na América Latina, também foi um dos últimos a ter universidade pública. Passados 521 anos da descoberta do país, o atraso persiste.
O escritor Jessé Souza, em seu livro “A elite do atraso”, aborda a responsabilidade (ou falta dela) que a “elite” brasileira tem nesse processo civilizatório.
Ele explica que a indiferença da “elite” do país em relação ao sofrimento dos mais pobres tem origem na nossa herança escravocrata.
“Temos, como sociedade, ódio aos pobres. Isso veio da escravidão, em que havia uma distinção muito clara entre quem é gente e quem não é. Por isso, não nos importamos com o tipo de escola e de hospital que essa classe vai ter, por exemplo, o que é uma enorme burrice porque estamos criando inimigos, ressentimentos”, diz Souza.
Hoje, o Brasil enfrenta um dos seus piores momentos políticos e econômicos. O desemprego é recorde, assim como a inflação entre os mais pobres. Cenas de brasileiros revirando o lixo ou em busca de osso em açougues se tornaram rotineiras. A pandemia apenas agravou esse quadro.
Pessoas reviram lixo em Fortaleza (Foto: Reprodução)
Na política, Bolsonaro se afunda em denúncias de corrupção e genocídio. Muitas das mais de 600 mil mortes na pandemia poderiam ter sido evitadas, se não fosse o comportamento do governo Federal.
Para tentar evitar uma derrota nas eleições do próximo ano, Bolsonaro tenta, agora, aumentar o valor do benefício do Bolsa Família. A “elite” econômica brasileira é contra. É isso que está por trás do debate atual sobre “furar” ou não o “teto dos gastos”.
A Proposta de Emenda Constitucional 55 (PEC-55), conhecida como lei do “teto dos gastos”, aprovada em 2016 pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), limita os investimentos públicos no Brasil durante 20 anos. Trata-se de uma lei que penaliza o país, pois retira recursos que iriam para áreas como saúde e educação e coloca no bolso dos banqueiros.
A permanência do ministro da economia, Paulo Guedes, descoberto no escândalo das contas em paraísos fiscais, ilustra bem o atraso da elite brasileira. Estima-se que Guedes tenha faturado cerca de R$ 14 milhões com a alta do dólar.
Já a classe média – tão perto de ser pobre, tão longe de ser rica – é um dos sustentáculos dessa estrutura tão antiga e excludente. “A classe média foi montada para ser idiotizada, é uma espécie de capataz da elite entre nós”, explica o escritor Jessé Souza.
Enquanto isso, os pobres continuam sendo humilhados todos os dias. Na última segunda-feira (18/10), o Brasil descobriu que a rede de supermercados Extra, em São Paulo, vende, nas periferias da capital, bandejas vazias de carne até receber o pagamento no caixa.
Os donos do Extra, que lucraram R$ 333 milhões apenas no 2º trimestre do ano passado, tentaram explicar o porquê dessa prática discriminatória ocorrer somente nas periferias. “Para evitar roubos”, disseram.
A ativista Fabiana Ivo, moradora do Jardim Ângela – região periférica da capital paulista – comentou nas redes sociais:
“A sensação é horrível, uma afronta à população das quebradas. Vi mais gente revoltada dentro do mercado por estar segurando bandejinha e não carne. Outros parecem que já se conformaram com uma situação que não deveria ser naturalizada”, escreveu ela.
O vazio das bandejas parece ser o mesmo que habita o cérebro da “elite” brasileira.
Fonte: Vermelho
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