Para o pesquisador, as marcas da escravidão no Brasil, mesmo passado mais de 130 da abolição, ainda podem ser vistas e isto tem impacto direto na desigualdade e na dificuldade do país em se desenvolver economicamente
Foto: Hugo Carvalho/ Arte Folha de Pernambuco
A história da escravidão no Brasil tem suas peculiaridades que colocam o país no topo do ranking das últimas nações a acabarem com o regime escravocrata no mundo. E saber quais foram as escolhas no modelo agrícola da plantation é essencial, também, para compreender porque nestes tristes trópicos a escravidão se manteve por séculos. “A cana-de-açúcar foi o produto que tornou o trabalho escravo no Brasil lucrativo. A produção de açúcar, por necessitar de mais mão de obra que outras commodities como o tabaco, algodão e café, claramente estimulou o aumento do tráfico para o Brasil”, explica o professor e pesquisador Thales Zamberlan Pereira, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.
Os impactos nocivos desta exploração contínua ultrapassam as questões civilizatórias de colocar pessoas sob condições desumanas e seus efeitos alcançam o próprio desenvolvimento do Brasil. “A escravidão limitou o desenvolvimento de um mercado de trabalho livre no Brasil. Escravos trabalharam em indústrias no Brasil, mas não existe evidência de sociedades que conseguiram expandir o setor industrial sem um mercado de trabalho livre. O que a nossa pesquisa indica é que fatores normalmente apontados como positivos para a industrialização, como capital humano, só foram importantes para o surgimento de fábricas após o fim da escravidão”, descreve o entrevistado.
O efeito negativo, hoje ainda, é transoceânico. “As marcas da escravidão estão presentes em todas as regiões que participaram desse sistema deplorável. Está nas regiões africanas que participaram do tráfico. Pesquisas mostram que, atualmente, regiões onde ocorreu a captura de escravos para o tráfico transatlântico possuem menor nível de confiança interpessoal. Não ter confiança em concidadãos, claramente, é negativo para o desenvolvimento econômico. A marca da escravidão também está presente nos países que inicialmente intermediaram o tráfico”, frisa Pereira.
Além disso, o pesquisador chama atenção para o foco nas pessoas, no investimento humano. “Ampliar a potencialidade das pessoas através da educação é um caminho mais provável para o desenvolvimento econômico. Claro que não é o único, desenvolvimento é algo complexo e não existe uma fórmula para que ocorra. No entanto, se os recursos são escassos, a literatura sugere que investir nas pessoas é mais vantajoso que repassar dinheiro para o dono da fábrica”, pontua.
Thales Pereira (Foto: Arquivo pessoal)
Thales Zamberlan Pereira é graduado em economia pela Universidade Federal de Santa Maria, com mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado na Universidade de São Paulo - USP, ambas formações também em economia. Atualmente é professor da Escola de Economia de São Paulo EESP-FGV, Visiting Fellow do Institute of Latin American Studies, University of London, Visiting Graduate Researcher na Universidade da Califórnia, Los Angeles - UCLA e Visiting Scholar (Newton Fund - British Academy) da London School of Economics – LSE. Juntamente com Nuno Palma, Andrea Papadia e Leonardo Weller, é autor do artigo Slavery and development in nineteenth century Brazil.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
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