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Vacinação contra a Covid-19 no Brasil

Geral, 06 de Janeiro de 2021 às 09:38h

Se for vacinado pelo governo federal, a vacina que você vai tomar, provavelmente, será a da AstraZeneca/Universidade de Oxford. Por enquanto, é a única vacina com um plano definido pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil. Veja como ela se compara com a chinesa CoronaVac, que será usada no estado de São Paulo, e com outras vacinas em fase III, a mais avançada de testes.

DOSES NO BRASIL

 

As vacinas estão identificadas com os nomes pelos quais são mais popularmente conhecidas. Em alguns casos, é pelo nome do produto (CoronaVac e Sputnik) e em outros casos pelo nome do desenvolvedor (Astrazeneca, Pfizer, etc.). *Estas vacinas integram o consórcio Covax, ligado à OMS, que busca abastecer um grupo de 196 países (incluindo o Brasil) com doses para vacinar 20% de suas populações em 2021" **Considerando a produção prevista para primeira etapa anunciada pelo governo federal, que abrangerá o primeiro semestre de 2021. A AstraZeneca/Oxford prevê fabricar mais cem milhões de doses no segundo semestre de 2021.

 

Além de garantir as doses da vacina, também é preciso ter acesso aos insumos necessários para a vacinação, como seringas e agulhas. O governo federal publicou um edital para "possível e futura aquisição de seringas e agulhas diversas". O documento aponta a compra de 331 milhões de kits. O edital ocorrerá pelo sistema de registro de preços, e o critério de escolha será o menor valor apresentado pelos fornecedores. A estimativa do Ministério da Saúde é que as primeiras unidades sejam entregues a partir de 30 dias após assinatura do contrato, e que as últimas sejam entregues cinco meses depois. O Reino Unido, por exemplo, que já começou a vacinação contra a Covid-19, havia encomendado 65 milhões de seringas para utilizar no programa de imunização antes de ter uma vacina aprovada no país.

 

EFICÁCIA

 

 

Há dúvidas sobre a eficácia da vacina da farmacêutica AstraZeneca/Oxford devido a erro que levou à aplicação de doses diferentes nos testes. A eficácia média observada foi de 71%, levando em conta o desempenho do imunizante quando aplicadas duas doses (62%) no intervalo de um mês. O patamar de 90%, próximo do índice divulgado pelas concorrentes Pfizer, Sinovac Biotech e Moderna, foi alcançado em pacientes que receberam uma dose e meia.

 

QUEM DESENVOLVE E QUEM COMPRA

 

Fonte: Duke Global Health Innovation Center. Mapping COVID-19 Vaccine Pre-Purchases Across the Globe.

 

Na corrida para garantir as melhores vacinas e estoques suficientes, muitos países estão encomendando mais doses do que precisam para imunizar toda a população. Muitos contratos de venda, no entanto, podem não se concretizar, já que estão condicionados à aprovação de agências reguladoras.

 

O Brasil testa apenas quatro das vacinas em estudos de fase 3: Astrazeneca/Oxford, CoronaVac, Pfizer/BioNTech e Janssen (J&J). As duas primeiras já têm acordos para produção de imunizantes no país, e a Rússia também firmou uma parceria de transferência de tecnologia com a União Química para produzir a Sputnk V no Brasil. O governo avança em negociações para compra de doses da vacina da Pfizer e também faz parte do Covax, plano da Organização Mundial de Saúde para acelerar o desenvolvimento de imunizantes e universalizar o acesso.

 

ARMAZENAMENTO

 

 

 

Desenvolvimento, compra e distribuição de vacinas são um imenso desafio, mas há outros. O armazenamento é um grande problema devido às baixas temperaturas necessárias para armazenar algumas delas. O Brasil não tem ultracongeladores para refrigerar a vacina da Pfizer, mas especialistas defendem o investimento em estrutura para adoção do imunizante. A vacina da Moderna também precisa ser armazenada em temperatura baixa, mas a empresa afirmou ter conseguido que ela possa ser mantida por um mês em geladeira tradicional.

 

FUNCIONAMENTO

 

 

O objetivo da vacina é "treinar" o sistema imune para atacar um patógeno quando ocorre uma infecção. Saiba quais são as abordagens da vacina do plano de ação do governo federal e as que poderão ser usadas em São Paulo e no Paraná, e as outras cinco mais requisitadas no mundo.

 

VETOR VIRAL

 

Vacinas que usam um outro vírus para introduzir genes do coronavírus nas células. Equipes adicionaram o gene da proteína espícula (spike) num adenovírus que naturalmente infecta macacos ou humanos. O vírus foi então geneticamente alterado para não se multiplicar, mas ele ainda ser capaz de penetrar nas células humanas e descarregar as instruções genéticas para produzir proteínas do Sars-CoV-2. Estas são “exibidas” ao sistema de defesa, que em resposta produz anticorpos. Essa tecnologia nunca foi usada em seres humanos, mas já é empregada para imunizar animais contra raiva e cinomose. As vacinas de AstraZeneca/Oxford, Janssen/Johnson & Johnson e a Sputnik V usam essa tecnologia.

 

VÍRUS INATIVO

 

A maioria das vacinas em uso atualmente usa formas inativadas de vírus. A estratégia é simples: o vírus inativo não pode se replicar e causar doença, mas sua presença ativa o sistema imunológico, que passa então a produzir defesas, anticorpos e memória celular. As vacinas convencionais para influenza, varicela, sarampo, caxumba e rubéola utilizam esse tipo de tecnologia. A CoronaVac é feita dessa forma.

 

RNA

 

Essa estratégia se baseia na inoculação do material genético do vírus com instruções para fazer uma proteína específica. Esse material é geralmente o RNA mensageiro ou mRNA e, no caso da vacina da coronavírus, a proteína é a espícula (spike) ou S, a chave que o Sars-CoV-2 usa para invadir as células. Somente a proteína é produzida, por isso, não há risco de doença. Mas a vacina desencadeia uma ação de defesa do sistema imunológico, que passa a produzir anticorpos. Por ser instável e delicado, o mRNA precisa ser mantido em temperaturas extremamente baixas. Trata-se de uma nova tecnologia, nunca usada antes. Usam essa estratégia as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

 

PROTEÍNA VIRAL

 

São vacinas que usam uma proteína ou um pedaço de proteína do coronavírus. Elas não podem causar doenças porque não são vírus inteiros, mas ainda podem estimular o sistema imunológico a reconhecer o Sars-CoV-2. Esse tipo de tecnologia é empregado no imunizante contra o HPV.

 

 

Fonte: O Globo 

(clique aqui e faça o teste disponível no site O Globo, para saber qual sua posição na fila da vacinação)

 

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