Novo cálculo da ONU mostra que riqueza dessas nações deixa de ser tão expressiva quando danos ambientais são levados em conta. Brasil perde cinco posições e fica em 84º entre 189 países
Criança em área afetada pela seca nos arredores de Tegucigalpa (Honduras).ORLANDO SIERRA / AFP
No 30º aniversário deste documento que calcula a prosperidade dos países, o PNUD se propõe a redefinir o desenvolvimento. Não é a primeira vez. Sua criação, em 1990, representou uma revolução: o IDH procurava medir o progresso independentemente da renda, do PIB e de outros indicadores meramente econômicos. Desde então, ajustou o cálculo à desigualdade de suas sociedades e também à disparidade de gênero. Esses dois parâmetros ocasionam ligeiras mudanças nas posições da lista básica (condições de vida, educação e saúde). Agora, no entanto, a inclusão de indicadores relacionados ao impacto ambiental dos países ocasiona importantes variações na parte alta da tabela.
“Atualmente há um espaço vazio entre alcançar o desenvolvimento humano alto e uma baixa pressão sobre o planeta”, observou Pedro Conceição, diretor do escritório do PNUD responsável por este estudo, na entrevista coletiva virtual. Nenhum país atinge uma prosperidade muito elevada sem impactar demais o meio ambiente, mas há bons exemplos. Um dos destacados pelos autores é a Costa Rica, que ocupa o 62º lugar entre 189 países no IDH tradicional, mas sobe 37 posições quando se leva em conta seu nível de emissões e o rastro ecológico de seu consumo. “Já aproveitou a energia hidrelétrica e descarbonizou em grande medida a produção de eletricidade”, observam.
O Brasil, originalmente na 84ª posição no ranking de 189 países, sobe 10 degraus. O IDH tradicional do país foi calculado em 0,765, e o país caiu cinco posições em relação a 2018.
O objetivo desta nova medição, disse Steiner, não é “apontar o dedo” para os países ricos, e sim levá-lo a tomar “decisões inteligentes” para preencher esse espaço ainda sem dono de um desenvolvimento humano elevado compatível com os limites planetários e mais equitativo. Na opinião dele, a crise da covid-19 gera uma oportunidade para que o crescimento econômico não seja sinônimo de destruição ambiental e aumento da desigualdade. Para isso, a reativação da atividade, paralisada pelos confinamentos e a limitação da mobilidade para frear a pandemia, deve contemplar medidas muito diferentes do que se vinha fazendo antes de 2020. “O de sempre não funciona”, insistiu ele, repetindo uma ideia que salientou em todas as suas apresentações, pronunciamentos e entrevistas neste ano.
Assim, o administrador do PNUD apontou que “os combustíveis fósseis estão altamente subsidiados”. Concretamente com cinco trilhões de dólares (25,6 trilhões de reais), ou 6,5% do PIB global, segundo um estudo do Fundo Monetário Internacional, citado no relatório do IDH. Ajudas que, por outro lado, não está chegando às pessoas mais vulneráveis. “Sugerimos aos países que aprovem uma renda mínima temporária para os mais pobres, os mais golpeados por esta crise. Se você fecha as economias para conter o vírus, não pode condenar as pessoas a ficarem sem renda, basicamente, à inanição. Temos uma emergência de fome, e a pobreza está em aumento. Estes são apenas sintomas de curto prazo de um caminho de desenvolvimento que nos deu progresso material, mas que nos aproximou cada vez mais do precipício, não só em termos climáticos, mas também sociais; basta ver os protestos que acontecem em todo o planeta. O risco é que voltemos aonde estávamos no começo de 2020”, analisou Steiner.
“No desenvolvimento não se trata de escolher entre pessoas ou árvores; temos que repensar de que modo progredimos”, salientou. Isso é necessário, acrescentou Conceição, porque “a atividade humana está mudando os processos naturais em nível planetário”. A pressão é tanta que “não só pomos a nós mesmos em risco como espécie, mas toda a vida na Terra”, advertiu o especialista.
Nesta era geológica que alguns cientistas concordaram em chamar de Antropoceno, pois põe o foco no impacto humano sobre o planeta, é possível assumir o controle para alterar o destrutivo rumo atual. “Os humanos exercem mais poder sobre o planeta do que nunca. É hora de usarmos esse poder para redefinir a que chamamos de progresso, em que nossas pegadas de carbono e consumo já não estejam ocultas”, acrescentou Steiner.
O relatório enumera algum desses mecanismos possíveis para a mudança. “Primeiro, através das normas sociais (como é o uso de sacos plásticos, por exemplo). O segundo são os incentivos: sabemos que atualmente os preços determinam nossas escolhas, mas não incorporam os danos ao planeta. O terceiro, é preciso deixar de considerar a preservação ambiental como algo que limita o que podemos fazer; entretanto, temos que ver na natureza uma oportunidade de manter o desenvolvimento com menos pressão sobre o planeta”, resumiu Conceição.
A classificação do IDH tradicional comparada com a nova, ajustada à pressão sobre o planeta, pode ser consultada na página 241 da análise que o PNUD redigiu para sustentar uma ideia: o bem-estar das pessoas é indivisível da habitabilidade da Terra. Por isso, o desenvolvimento humano não pode mais ser definido como até agora, ignorando o meio ambiente. Por enquanto, o organismo da ONU pôs sobre a mesa esta proposta “experimental”, segundo seus termos, de medição do progresso. O objetivo: que os dirigentes tomem decisões para melhorar a vida humana e preservar o que a torna possível.
Fonte: El País
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