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Coalizão Negra lança manifesto antirracista e em defesa da democracia; assine

Geral, 22 de Junho de 2020 às 09:12h

Coalizão Negra; assine

 

Diversas entidades do movimento negro se uniram na Coalizão Negra por Direitos para fazer frente ao racismo estrutural e às ameaças à democracia pelo desgoverno fascista, racista, misógino, LGBTfóbico e avesso ao Estado Democrático de Direito.

A Coalizão divulga o manifesto “Enquanto houver racismo, não haverá democracia” com um abaixo-assinado com objetivo de atrair todos os setores democráticos da sociedade e chamar a atenção para a importância da luta por um país mais igual e justo.

“Nós, população negra organizada, mulheres negras, pessoas faveladas, periféricas, LGBTQIA+, que professam religiões de matriz africana, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, povos do campo, das águas e da floresta, trabalhadores explorados, informais e desempregados, em Coalizão Negra por Direitos, viemos a público exigir a erradicação do racismo como prática genocida contra a população negra”, afirma trecho do texto do manifesto.

Leia e assine o manifesto

Enquanto houver racismo, não haverá democracia

Mônica Custódio, secretária de Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) defende a necessidade de ações unificadas dos movimentos sociais, movimento sindical e de toda a sociedade civil contra o racismo e para barrar o genocídio da juventude negra nas periferias das grandes cidades e no campo e em defesa da democracia.

“Além da pandemia do coronavírus vivemos no Brasil a pandemia do ódio e da violência insufladas por esse desgoverno e por setores fascistas das nossa sociedade”, diz.

A Coalizão Negra pretende encaminhar ao Congresso Nacional o abaixo-assinado para reforçar a resistência ao fascismo. “Combater o racismo é uma exigência da luta pela democracia, pelo Fora Bolsonaro para o país retomar o rumo do desenvolvimento com políticas contra as desigualdades”, defende Santa Alves, secretária de Igualdade Racial da CTB-DF e secretária nacional da União de Negros pela Igualdade.

Para Mônica, o isolamento social reforçou a violência doméstica contra as populações mais vulneráveis. “As mulheres, as crianças, os idosos, os LGBTIQA+ e a juventude não têm segurança dentro de casa”.

A desigualdade social se aprofunda no Brasil com as políticas adotadas pelo desgoverno de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. “A pandemia acentuou o quadro de desigualdade no país e quem mais sofre são as negras e negros, os indígenas, as mulheres e os mais pobres”, alega Santa.

Saiba mais sobre a Coalizão Negra por Direitos

Inclusive na saúde, a desigualdade se estampa claramente. Mais de 75% da população é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com informações do Ministério da Saúde e pouco mais de 22% têm planos de saúde, a maioria por estar no trabalho formal, com registro em carteira. “Mas como o número de desempregados e informais cresce assustadoramente, não podemos viver sem o SUS”, sinaliza Mônica.

E como o racismo é estrutural, Mônica acredita que “a população negra é maioria no desemprego e no trabalho precário, além de morar em piores condições longe do centro e é quem mais sente na pele os efeitos da ausência do Estado e de políticas públicas, ficando à mercê da violência seja pelo braço armado do Estado ou vítima do crime organizado”.

Assinar o abaixo-assinado é importante para reforçar a campanha antirracista é importante para combater “as disparidades de cor, gênero e classe no mercado de trabalho e na vida”, diz Santa. Afinal, “enquanto houver racismo, não haverá democracia”.


 

Fonte: CTB.ORG.BR

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