A metalúrgica Tecumseh fez um acordo com o sindicato da categoria e o Ministério do Trabalho para que 310 trabalhadores entrem em lay off, se afastando do trabalho para adquirir qualificação por um período de dois meses e meio. A medida vale desde segunda-feira (16).
Segundo a empresa, muitas linhas estão paradas. "Nos últimos meses, a gente tem trabalhado com férias de nossos funcionários, mas chegamos ao limite de férias, foram mais de 900 férias nos últimos meses. Nesse momento, sobrou o desligamento, que seria muito ruim para a empresa ou o lay off, que é um programa de qualificação profissional para os funcionários", disse o supervisor de desenvolvimento da empresa, Evanio Santinon.
O acordo foi feito com o Sindicato dos Metalúrgicos e a adesão ocorreu de forma voluntária. "Dentro dessa negociação a gente tentou garantir o melhor cenário para os trabalhadores que aderirem ao programa, como garantir sua renda mensal em 100% e para não perderem os benefícios", explicou o vice-presidente do sindicato, Vanderlei Strano.
Condições do lay off
No ano passado, seis empresas da região fizeram acordo de lay off e 678 funcionários tiveram a suspensão temporária do contrato de trabalho. Durante o período de lay off, o trabalhador recebe seguro desemprego. Em alguns casos, a empresa pode complementar esse valor com uma ajuda financeira, mas que não entra na folha de pagamento. Por isso, o FGTS não é recolhido.
O funcionário pode ficar afastado de dois a cinco meses, mas continua à disposição da empresa. O trabalhador não pode ser demitido até três meses depois desse período. Também precisa frequentar um curso de qualificação profissional.
"O contrato dele está suspenso, mas ele mantém o vínculo com a empresa, então ele tem que cumprir os horários e participar das atividades do curso. Se ele não participar de 75% do curso, ele pode ser desligado do processo e pode ter que devolver parcelas que recebeu indevidamente", afirmou a gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Consuelo Lima.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a medida foi um alívio aos trabalhadores, que estavam com medo de serem mandados embora, mas muitos continuam com receio de uma demissão depois desse período de estabilidade. "A economia não está reagindo, a gente vê o desemprego em alta, mais de 13 milhões de desempregados, então qualquer clima desse jeito causa uma insegurança enorme para o trabalhador", disse Strano.
Fonte: A Cidade
Pesquisa e seleção de Marko Ajdaric