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Governo começa a vender reservas do pré-sal a um centavo o litro

Geral, 31 de Outubro de 2017 às 10:49h

Venceu a sanha privatizante da gestão Michel Temer. Nesta sexta-feira (27) o governo derrubou liminar que barrou o leilão do pré-sal e deu início à venda de uma das maiores e mais estratégicas riquezas brasileiras.
 
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região cassou a liminar que suspendia as rodadas de licitação por "ameaça ao patrimônio nacional". 
 
Ao todo, 16 petrolíferas, das quais 14 são multinacionais, disputam as reservas com 12 bilhões de barris de petróleo de altíssima qualidade que estão sendo doadas por Temer e demais golpistas. Se todos os blocos forem vendidos, a ANP arrecadará R$ 7,75 bilhões com os bônus de assinaturas. Ou seja, cada barril com 159 litros de óleo do pré-sal sairá para as multinacionais por menos de R$ 1,50, o que representa R$ 0,01 o litro.
 
"Mais uma etapa de uma agenda que desnacionaliza a economia brasileira, desmantela a cadeia produtiva envolvida e, sobretudo afeta brutalmente o financiamento da educação e a saúde. Só uma circunstância de um golpe possibilita tamanho ataque à soberania nacional", afirma o petroleiro Divanilton Pereira, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
 
Esta é a primeira vez que petroleiras privadas disputarão sozinhas leilão do pré-sal - antes elas formavam um consórcio com a Petrobras.
 
A CTB sempre denunciou os escusos interesses por trás da venda do pré-sal brasileira e o impacto que isto terá na economia e PIB nacionais. Em julho, lançou um manifesto contra a privatização do setor e a condução das políticas para a área por parte do presidente da Petrobras, Pedro Parente.
 
Divanilton Pereira explica que no período de 2000 a 2014, a participação da cadeia de petróleo e gás no PIB brasileiro saltou de 3% para 13%. "Com este governo ultraliberal e a privatização fatiada da Petrobrás, não só o PIB vai sendo impactado negativamente como as perspectivas de geração de emprego e de valorização profissional vão sendo igualmente rebaixadas", diz o dirigente.
 
Leia trecho do Manifesto CTB Petroleira:
 
"De acordo com a nossa análise, o programa das forças golpistas subordina a diplomacia brasileira aos interesses geopolíticos dos EUA, enfraquece e esfacela a Petrobrás, abre o Pré-sal à exploração das multinacionais estrangeiras, comprometendo a soberania, a indústria, a engenharia nacional e o desenvolvimento econômico nacional, além de violentar a democracia e aniquilar direitos sociais. 
 
Especificamente para a categoria petroleira, a faceta entreguista do programa do grupo que assaltou o poder reserva um horizonte desafiador. No período de 2000 a 2014, a participação da cadeia de petróleo e gás no PIB brasileiro saltou de 3% para 13%. O dinamismo presente no setor, decorrente principalmente da descoberta e definição de um marco regulatório para exploração do Pré-sal, ampliou ofertas de trabalho e contribuiu para capacitar e valorizar mão de obra, inclusive em outros setores, como o metalúrgico, naval e o de construção civil.
 
Agora, sob a égide do governo ultraliberal, com a alteração das regras de exploração do Pré-sal, a suspensão de contratos com empresas brasileiras, a mudança nas regras de conteúdo local, os sucessivos cortes de investimentos e a privatização fatiada da Petrobrás, não só o PIB vai sendo impactado negativamente como as perspectivas de geração de emprego e de valorização profissional vão sendo igualmente rebaixadas.
 
Transformada em mera produtora e exportadora de óleo cru com a missão de concentrar-se e exaurir a fatia que lhe couber da elevada produtividade dos poços do Pré-sal, a fim de produzir lucro fácil e rápido para acionistas privados e dividendos para minimizar déficits do governo, à Petrobrás não interessará valorizar e investir em força de trabalho, já que, inclusive, poderá dispor de mão de obra terceirizada em atividades-fim".
 
Portal CTB - com informações da FUP

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