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Governo Temer: austeridade para o trabalhador, mimos para capitalistas

Geral, 05 de Outubro de 2017 às 10:01h

Parece notícia do Sensacionalista (site noticiário satírico), mas não é. Nesta segunda-feira (2) Michel Temer voltou a defender a reforma da Previdência, durante evento realizado em São Paulo, com argumentos, no mínimo, inusitados. Temer declarou que o pagamento de pensões e aposentadorias gera um "déficit extraordinário" e que em algumas décadas "é muito provável que o ser humano viva até os 140, 150 anos".

 
 
— Nós temos que fazer a reforma da Previdência, porque é evidente que os dados da Previdência, que geram um déficit extraordinário, estão pautados por esse período em que o homem vivia até os 60 anos, 65 anos. Hoje ele vive 80 ou mais anos. Daqui a pouco viverá 140 anos. Então é preciso fazer reformulações permanentes no sistema previdenciário.
 
Temer citou um livro que está lendo, Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, do autor israelense Yuval Noah Harari, que trata da evolução tecnológica e suas consequências nos próximos séculos. Segundo o presidente, o ser humano poderá chegar aos 150 anos de vida.
 
— Com esta grande evolução tecnológica na medicina, por exemplo, que daqui a uns 30, 40, 50 anos é muito provável que o homem viva, o ser humano, viva até os 140, 150 anos. E daí, diz ele, vai mudar tudo. Imagine até a relação de pai para filho, porque alguém que tenha 140 anos vai ter filho 100 ou cento e poucos anos. Então, diz ele, nós precisamos nos preparar para o futuro. (...) Estou mencionando esses livros que acabei de ler, para dizer, interessante, as coisas parecem fantasiosas, mas não são, elas vão se realizando.
 
 
Em meio a onda de retrocessos que vem promovendo desde que tomou o poder, Temer disse - pasmem  - que seu governo está colocando o Brasil no século 21 principalmente por causa de três projetos: a reforma trabalhista (que praticamente extingue a CLT), as mudanças no ensino médio (que empurra jovens com menor renda para carreiras de subemprego) e o teto de gastos públicos (que congela investimentos em saúde e educação por 20 anos).
 
— Nós estamos colocando o Brasil, no século XXI, foi porque, tão logo assumimos o governo, convenhamos, nós detectamos um déficit público extraordinário e tivemos a coragem de formatar e apresentar um projeto de emenda constitucional que fixou um teto para os gastos públicos.
 
Seria cômico se não fosse trágico, mas outros dois projetos de modernização do estado brasileiro, segundo Temer, são as reformas da Previdência e Tributária.
 
— Nós não temos mais falado em reforma tributária, mas temos falado em simplificação tributária. (...) Nós estamos empenhados nessa questão da simplificação tributária, que seria praticamente a quinta reforma que nós iríamos realizar.
 
A austeridade desse governo é direcionada somente à classe trabalhadora.  Temer não parece preocupado em conter gastos quando o assunto é agradar líderes do capital estrangeiro. No último dia 28, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) gastou cerca de R$ 8 mil na compra de 7 caixas de bombons folheados a ouro.   O mimo extravagante servirá como presente para líderes de governos estrangeiros em visita ao Brasil. A informação é da entidade Contas Abertas, que monitora gastos públicos.
 
"As contas do governo estão numa situação crítica. Enfrentar o rombo de R$ 159 bilhões é uma das tarefas mais árduas com a qual a equipe econômica precisa lidar. Mas a crise não impede que alguns presentinhos sejam ofertados pelo presidente da República, Michel Temer”, afirma anota divulgada pelo C.A.
 
De Brasília, Ruth Helena de Souza, Portal CTB (com Agências)

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