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Fiat, GM e Ford terão que alterar anúncios com informações enganosas

Geral, 03 de Maio de 2017 às 15:32h

Fiat, General Motors do Brasil e Ford terão que alterar anúncios feitos em seus sites que foram denunciadas pela Proteste - Associação dos Consumidores ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) como greenwashing. Ou seja, com informações enganosas com o intuito de aumentar as vendas de um produto ou serviço usando algum diferencial referente ao meio ambiente. A entidade foi vitoriosa nos três processos, já julgados pelo conselho.
 
- Os consumidores estão cada vez mais interessados em produtos sustentáveis, que não façam mal ao meio ambiente. Produtos com um apelo ambiental têm claramente maior interesse para os consumidores, mas é importante que eles entreguem aquilo que prometem ou estão fazendo uma propaganda enganosa. Por isso, defendemos que as empresas sejam muito claras nesta informação - diz Lívia Coelho, advogada da Proteste.
 
No caso da Fiat, o anúncio denunciado foi o do "pneu superverde". Segundo a Proteste, o Conar mandou que o anúncio seja alterado, pois entendeu que as informação não atendendiam aos princípios do artigo 36 do próprio conselho que afirma que informações ambientais devem ser exatas e precisas e que o benefício ambiental deve levar em conta todo o ciclo de vida do produto. A entidade chama atenção para o fato de que não é possível definir um pneu como sendo "verde", uma vez que, ainda que ele apresente os benefícios citados,como redução de consumo de combustível e maior durabilidade, existem fatores envolvidos na produção, uso e descarte que descaracterizam o título de "verde", muito menos "super", do produto.
 
A Fiat Chrysler Automóveis (FCA) informa que o termo "pneu super verde" foi empregado para diferenciar uma evolução tecnológica do produto que apresenta "menor resistência ao rolamento e comprovada eficiência na redução das emissões de CO2 dos veículos." A montadora acresenta que "em respeito aos clientes, antes mesmo da decisão do Conar, a FCA determinou a alteração das peças publicitárias. A empresa reitera que mantém políticas e práticas alinhadas com a sustentabilidade, tendo sido a primeira fabricante de automóveis a conquistar no Brasil a ISO 14001 de gestão ambiental".
 
Já sobre o anúncio da Gerneral Motors, do "Chevrolet Eco", que apesar de a empresa afirmar que o uso de Eco se refere a econômico e não ecológico, o anúncio cita melhoria na emissão e associa assim ao tema sustentabilidade. O Conar, no entanto, entendeu ser pertinente a denúncia da Proteste e recomendou a retirada da peça publicitária das referências de melhora nas emissões de poluentes decorrentes do sistema ECO, por entender que da forma anterior havia um apelo de sustentabilidade.
 
A GM afirma que, questionada pelo Conar, explicou os motivos pelos quais está usando a marca ECO em seus veículos. O termo, ressalta, "faz referência a um conjunto de novidades técnicas e funcionais que objetivavam a obtenção de maior eficiência energética para nossos veículos e não a ecologia". Ainda de acordo com a montadora, o órgão concordou com a argumentação da General Motors e autorizou a utilização da marca ECO, desde que as campanhas não façam alusão ao termo "emissões". A GM informa que fará os ajustes necessários em suas comunicações.
 
Em relação à publicidade do Ford Ecoboost, segundo a Proteste, o anúncio foi denunciado por insinuar que o veículo além de ter baixa emissão de CO2, tem máximo equilíbrio entre potência e economia, embora esteja classificado como "D" pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, que mede eficiência energética ou consumo comparativamente a modelos semelhantes, sendo o mais eficiente "A". Diante dos argumentos expostos, o Conar recomendou que fossem alteradas as expressões "máximo" e "baixa" contidas na peça. Consultada, a Ford não respondeu.
 
A advogada da Proteste lembra que no caso do greenwashing há alguns pecados na comunicação aos quais os consumidores devem estar atentos:
 
- O custo ambiental camuflado, como no caso do pneu em que não se levou em conta o impacto do produto, por exemplo, no descarte; a mentira, o mais grave de todos, quando o fornecedor faz de fato declarações falsas; e a incerteza, quando há informações vagas que não permite ao consumidor identificar com claro o benefício ou redução do impacto na natureza - conclui Lívia.
 
Fonte: O Globo
Pesquis e seleçõ de Marko Ajdaric

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