O dia foi de greve, mas nem por isso os trabalhadores baianos deixaram de ir às ruas para protestar contra as reformas indecentes que o presidente Michel Temer e seus aliados tentam impor ao povo brasileiro. Foram dezenas de caminhadas e manifestações realizadas durante o dia em todas as regiões do estado. Em Salvador, foram dois atos importantes: uma manifestação na região do Iguatemi, na parte da manhã, e uma caminhada que reuniu cerca de 80 mil pessoas no Centro da cidade na parte da tarde.
Com trios elétricos, bandeiras, cartazes e gritos de Fora Temer, estudantes, integrantes de movimentos sociais e centrais sindicais dialogaram com a população e fizeram apresentações culturais para demonstrar às pessoas que passavam a importância da defesa da democracia brasileira.
A adesão aos atos chamou a atenção até mesmo daqueles que não apoiavam a greve. O barulho da multidão que ocupou as ruas para protestar contrastava com o cenário de lojas e bancos fechados durante toda a Avenida Sete de Setembro, a principal rua de comércio de Salvador. Os empresários até que tentaram abrir as lojas no início da manhã, mas desistiram após protestos do Sindicatos dos Comerciários e a constatação de que não haveria consumidores, devido à paralisação dos ônibus do transporte coletivo de Salvador e Região Metropolitana.
Sem barreiras e com muita animação, os trabalhadores tomaram as ruas para pedir a saída de Michel Temer e a convocação de eleições gerais, além da reprovação da reforma trabalhista no Senado e da reforma da previdência na Câmara dos Deputados. Os parlamentares que votaram a favor da terceirização e da reforma trabalhista também foram alvo de protesto dos trabalhadores e do movimento social.
“Foi um dia muito positivo. Tivemos paralisações e manifestações em todas as regiões do estado. Conseguimos parar o comércio, a indústria e as repartições públicas por um dia inteiro. E no final, conseguimos ainda reunir cerca de 80 mil pessoas no Centro de Salvador, em um dia sem transporte coletivo. Esta não é uma tarefa fácil”, ressaltou o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.
Para Aurino, o mais importante é que a greve desta sexta-feira surtiu o efeito desejado, que é unir a classe trabalhadora em defesa dos direitos ameaçados pelo Governo Temer. “A manifestação de hoje abre uma nova etapa de resistência contra as reformas desastrosas do governo Temer. O próprio governo sabia disso e correu para aprovar a reforma trabalhista na Câmara antes da greve geral. Mas, ainda podemos derrotá-la no Senado, assim como vamos derrotar a reforma da previdência já na Câmara. Isso fica evidente pelo caráter do movimento de hoje, que transcendeu a classe trabalhadora e recebeu o apoio de magistrados, de igrejas e de outros setores da sociedade organizada”, comemorou.
Interior do estado
Desde o início da manhã ocorreram manifestações em várias regiões do estado, com vias interditadas, greve no transporte coletivo e paralisação de diversas categorias. Foram realizadas atividades nas cidades de Irecê, Camaçari, Itabuna, Guanambi, Caitité, Jequié, Ipiaú, Ilhéus, Jacobina, Madre de Deus, Xique-Xique, Feira de Santana, Lauro Freitas, Alagoinhas, Simões Filho, Juazeiro, Brumado, Paulo Afonso, Barreiras, Porto Seguro, Itagimirim, Belmonte, Jaguaquara, Ipirá, Valença, Una e Vitória da Conquista.
Fonte: CTB Bahia