1) Conselheiros da Usiminas querem substituir o presidente interino
A substituição do presidente interino da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, por um eleito pela empresa foi demandada pelos conselheiros administrativos da siderúrgica à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), órgão regulatório das empresas de capital aberto. A instituição está com o pedido em análise e precisa dar um parecer sobre o impasse.
Esse é mais um capítulo da queda de braço travada desde 2014 entre os grupos controladores da siderúrgica: o ítalo-argentino Ternium/Techint e o japonês Nippon Steel.
O documento enviado à CVM foi assinado por cinco dos onze conselheiros da companhia. Dentre eles, estão o presidente do conselho (Elias Brito), outros indicados pela Ternium e pelos funcionários da empresa.
Todos defendem a substituição do interino, indicado pela Nippon, por um eleito pelo conselho de administração.
Definição
Em maio, oito conselheiros definiram que Rômel deveria ser substituído pelo atual diretor comercial da companhia, Sergio Leite, que chegou a ocupar o cargo por quatro meses. Porém, uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais reconduziu Rômel à presidência.
Devido à falta de diálogo entre a Ternium e a Nippon, não houve um consenso em torno de um nome para assumir o cargo de forma definitiva.
"O impasse está prejudicando o andamento da companhia. O conselho não está conseguindo eleger uma diretoria mais adequada para enfrentar esse momento de crise", afirma Guilherme Poggiali, um dos conselheiros que assinaram o documento enviado à CVM.
Um dos questionamentos levados à Comissão é quanto ao longo período de interinidade de Erwin. "Se não tiver um limite, pode ser eternamente", questiona Poggliali. Procuradas, Ternium e Nippon não se pronunciaram.
Texto de Antônio Cruz/Agência Brasil
2) Divisão da Usiminas em compasso de espera
Apesar da divisão da Usiminas e do divórcio entre os sócios Ternium e Nippon Steel serem apontados como a única saída para o imbróglio societário da siderúrgica, que já dura mais de dois anos, o processo está em compasso de espera. Uma das razões seria a maior acionista minoritária da empresa fora do bloco de controle, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Benjamin Steinbruch, que não aprovaria a separação. Ou seja, os sócios gostariam de realizar a divisão, mas a transação se torna mais complexa diante da resistência apresentada pela CSN.
À espera
Uma fonte diz que uma saída seria aguardar a CSN se desfazer de suas ações da Usiminas, já que há um prazo para esse desinvestimento por exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). No entanto, para isso, os sócios teriam de conviver por mais um tempo.
Fonte: Agência Estado
Pesquisa e seleção de Marko Ajdaric