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Duas notícias que balançam o horizonte da CSN

Geral, 19 de Agosto de 2016 às 15:50h

1) O prejuízo da CSN recua 93%

 O efeito da queda do dólar frente ao real no resultado financeiro ajudou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a ter um prejuízo menor no segundo trimestre. A companhia anunciou nesta segunda-feira (15) que o prejuízo líquido do período foi de R$ 42,7 milhões, ante prejuízo de R$ 614,6 milhões no mesmo período de 2015.

De abril a junho, a CSN teve um efeito cambial positivo de R$ 478 milhões na conta financeira. Um ano antes, o efeito cambial havia sido negativo em R$ 114 milhões.

O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização (Ebitda) ajustado da CSN no segundo trimestre foi de R$ 855 milhões, alta de 7% sobre um ano antes. A margem Ebitda caiu de 20,2 para 18,7 na comparação anual.

A empresa fechou junho com relação de dívida líquida sobre Ebitda de 8,28 vezes, ante 5,61 vezes no fim do segundo trimestre de 2015 e de 8,67 vezes no fim de março último.

A CSN teve receita líquida de R$ 4,35 bilhões entre abril e junho, alta de 18% sobre igual período do ano passado, movimento atribuído pela companhia ao aumento no volume de venda na mineração.

As vendas de aço caíram 1% na comparação anual, somando 1,253 milhão de toneladas. Já as vendas de minério de ferro foram de 9,27 milhões de toneladas, 55% mais que os três meses encerrados em junho de 2015.

O custo dos produtos vendidos, de R$ 3,4 bilhões, foi 20% maior do que na mesma etapa de 2015, devido principalmente à maior produção de minério de ferro e aos custos decorrentes da parada no alto forno 3.

2) A Companhia Siderúrgica Nacional deve anunciar em 10 dias a venda de uma operação do grupo e, na sequência, uma negociação futura que deve incluir parte de um de seus ativos principais, afirmaram executivos da empresa nesta terça-feira.

"Precisamos de liquidez e estrutura de capital melhor. Estamos trabalhando em diversas frentes de desmobilização e inclusive sobre uma parte de um dos ativos principais nossos", disse em teleconferência com analistas o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, sem dar detalhes.

A empresa anunciou na noite desta segunda (15) que encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 42,7 milhões. A alavancagem saltou para 8,3 vezes a dívida líquida sobre Ebitda ajustado ante 5,6 vezes no mesmo período de 2015.

O mercado aguarda há anos por vendas de ativos da CSN e os comentários do executivo foram semelhantes aos feitos por ocasião da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, em maio, quando Steinbruch comentou que a empresa esperava concluir até o final de junho uma venda de ativo.

Steinbruch comentou ainda que espera que a CSN apresente lucro líquido no terceiro trimestre, apoiada por altas nos preços de minério de ferro e expectativa de melhora na demanda por aço no país, apesar do mercado automotivo, um dos principais clientes da indústria siderúrgica, seguir apresentando forte queda de vendas e produção.

Segundo o presidente da CSN, a empresa deve apresentar nos resultados do terceiro trimestre um crescimento da margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). "25% é uma realidade", disse Steinbruch. No trimestre passado, a margem Ebitda ajustada foi de 18,7% ante 20,2% um ano antes.

O executivo afirmou que espera um ambiente de estabilidade de preços de aço no segundo semestre, e o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, afirmou que a empresa vê como difícil a possibilidade de implementação de reajuste de preços para as montadoras de veículos neste ano.

"Ainda estamos negociando com as montadoras. Não temos contratos anuais com elas, mas o cenário não é favorável para aumentos de preços no setor automotivo", disse o Martinez.

"Mas para o próximo ano estamos discutindo aumento de dois dígitos para indústria automotiva", disse. Ele comentou ainda que a recuperação da demanda por aço no Brasil pode ser mais rápida que o esperado se o PIB voltar a crescer em 2017 como o esperado.

Operacionalmente, a CSN prepara para a primeira semana de outubro o religamento do alto-forno 2, parado em janeiro para manutenção, disseram os executivos. O equipamento pode produzir cerca de 1,8 milhão de toneladas de aço por ano, ou 30% da capacidade de produção da usina da companhia em Volta Redonda (RJ).

Martinez comentou que a intenção da empresa é voltar com o forno em sua capacidade plena, depois que a CSN comprou placas de aço e bobinas a quente de outros fabricantes para atender a demanda

Fonte: agência de notícias Reuters (ambas as notícias)
Pesquisa e seleção de Marko Ajdaric

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