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Parecer pela cassação de Cunha coloca governo Temer no precipício

Geral, 15 de Junho de 2016 às 17:04h

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados acaba de aprovar, por 11 votos a 9, o parecer que recomenda a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Réu do STF, acusado de vários crimes de corrupção, o algoz do golpe finalmente está a um passo de ser punido. Cabe agora ao plenário da Câmara aprovar ou não a invalidação do mandato daquele que  liderou uma agenda extremamente regressiva contra os interesses da população e da classe trabalhadora.

Serão necessários 257 votos em plenário para a cassação definitiva de Eduardo Cunha. Uma das surpresas da votação foi a deputada Tia Eron votar a favor do parecer contra Cunha. Bastante criticada por não comparecer a última sessão do conselho, a detentora do voto decisivo parece que resolveu se redimir, optando pelo voto favorável à interrupção do mandato do peemedebista.

“ É lamentável que o processo de aprovação do parecer pela cassação do Cunha tenha demandado tanto tempo. Eduardo Cunha, na condição de presidente da câmara dos deputados, agiu com mão de ferro desde que ocupou a presidência da Casa. Atropelou o regimento, cerceou da população o direito de ir e vir num espaço denominado de casa do povo, instalou o terrorismo, utilizando no expediente métodos repressivos, a exemplo do "muro da vergonha", instalado em frente ao Congresso durante a votação do impeachment, entre outros desmandos e absurdos que, em qualquer outro lugar do mundo, já teria sofrido punição severa”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo.

Araújo destaca que a aprovação do parecer contra aquele que utilizou manobras para mudar resultado de votações perdidas e praticou diversos crimes - a exemplo das contas na Suíça - enquanto esteve no poder, desperta na sociedade a expectativa de que agora, de fato, Cunha pague pelos crimes que praticou.

O presidente da central avalia que a queda do deputado abre nova perspectiva na luta contra o golpe. “Sabemos que Cunha é a ponta de um iceberg que esconde o golpe liderado por Michel Temer e um cartel de criminosos. Os homens da tropa de choque do PMDB que lideraram o golpe vão caindo por tabela”.

Para Adilson, o que se viu nos últimos 30 dias, além dos sucessivos equívocos e queda de nomes do alto escalão do governo, envolvidos em escândalos de corrupção, deixam o mandato biônicos de Temer mais próximo do fim.

“Com a queda do Cunha,  as evidências tornam-se mais fortes e não deixam outra alternativa que não seja dar ao povo o poder de decidir, restabelecendo a democracia, devolvendo o mandato constitucional da presidenta Dilma, permitindo uma repactuação política capaz de sinalizar para realização de um plebiscito, com a convocação de novas eleições”, concluiu.

De Brasília, Ruth de Souza - Portal CTB
 

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