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Entenda o tombo da Gerdau

Geral, 06 de Maio de 2016 às 16:41h

1) Lucro da Gerdau cai 95%

Coluna de Lara Rizério, no infomoney, 4 de maio

A Gerdau (GGBR4) divulgou uma queda de 94,8% do lucro líquido no primeiro trimestre de 2016 na comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 267 milhões para R$ 14 milhões. A receita líquida, por sua vez, caiu 3,5%, para R$ 10,085 bilhões. O Ebitda ajustado caiu 15,9%, a R$ 930 milhões.  Segundo o BTG, a primeira leitura é de um resultado em linha, com o Brasil melhorando um pouco e os EUA piorando um pouco para os números da empresa. "Mantemos recomendação de compra, na expectativa de resultados melhores a frente", afirma o BTG.

2) Gerdau vê lucro desabar no primeiro trimestre

nota do jornal Valor (atualizada às 10:03 horas de 4/5), assinada por Renato Rostás


SÃO PAULO  -   A siderúrgica gaúcha Gerdau viu seu lucro líquido atribuível a controladores cair 97% no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado, para R$ 8,7 milhões. O resultado consolidado, que agrega também a parcela de não controladores, foi positivo em R$ 14,2 milhões, uma queda de 94,7%.

De acordo com o balanço, enviado nesta quarta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a receita líquida do grupo ficou 3,5% menor entre janeiro e março, também em comparação anual. O montante fechou em R$ 10,1 bilhões. Ao mesmo tempo, porém, os custos das vendas foram cortados em ritmo menor, de 0,7%, e terminaram em R$ 9,27 bilhões.

A companhia informou também que suas despesas operacionais diminuíram em 2,4% no período, para R$ 611,7 milhões. Isso ajudou a derrubar o lucro operacional da empresa em 58,6%, para R$ 201 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 19% no trimestre, para R$ 882 milhões — excluindo resultado das empresas que não controla sozinha e baixas contábeis, recuaria 15,9%, para R$ 930 milhões.

O resultado financeiro melhorou significativamente e ajudou a impedir o prejuízo nos três meses. As receitas financeiras líquidas ficaram em R$ 38,6 milhões, contra despesas de R$ 898,6 milhões um ano antes. O principal motivo foram ganhos cambiais de R$ 509,4 milhões.

Dívida

Com algumas amortizações e a alta de 8,9% do real ante o dólar, a dívida líquida da Gerdau caiu 7,1% de dezembro para março, chegando a R$ 18,16 bilhões. O endividamento bruto foi reduzido em 10,5%, para R$ 23,68 bilhões, e caixa e equivalentes ficaram menores em 20,2%, fechando em R$ 5,53 bilhões.

Mesmo na comparação anual, a situação financeira da companhia se mostrou controlada. A dívida bruta foi elevada em apenas 1,7% e o caixa recuou 5,5%. O endividamento líquido subiu 4,2% nessa comparação.

De acordo com a divulgação da siderúrgica, ao fim do primeiro trimestre a dívida total era 82,2% denominada em dólares e 5,7% em outras moedas que não o real. Para a parcela em reais, o custo médio ficou em 11,8%, empréstimos em outras divisas tomados no Brasil ficaram com 6% mais a variação do câmbio e para as controladas no exterior, o custo fechou em 6,6%. Além disso, 74,1% do caixa da empresa era mantido fora do país.

Esses indicadores levaram a Gerdau a apenas manter a alavancagem nos patamares do quarto trimestre, principalmente por conta do enfraquecimento operacional. Em reais, a relação entre dívida líquida e Ebitda foi a 4,1 vezes em março, ante 4,2 vezes em dezembro. Ao fim do primeiro trimestre, o índice era de 3,1 vezes. Em dólares, a alavancagem também ficou em 4 vezes, mas demonstrou piora ante as 3,6 vezes de três meses antes e as 2,4 vezes no mesmo mês de 2015.

O balanço da siderúrgica gaúcha mostra ainda que os investimentos caíram 20,7% em comparação anual e chegaram a R$ 485,3 milhões. O corte faz parte do esforço maior da empresa em reter caixa no momento de piora das vendas. No acumulado de 2016, a Gerdau pretende investir R$ 1,5 bilhão, 35% a menos do que no ano passado.

3) Há expectativa de aumento das exportações da Gerdau

O diretor-presidente da Gerdau, André Johannpeter, afirmou há pouco, em teleconferência com a imprensa, que com o aumento de preços das commodities no mercado externo nos últimos dois meses há a expectativa de que as exportações da companhia aumentem este ano.

"Não podemos precisar um número, mas a evolução recente dos preços das commodities devem refletir em um aumento das exportações este ano", disse. O presidente estimou que do total produzido pela Gerdau 30% deve ser exportado, enquanto o restante deve ser voltado para o mercado interno, semelhante ao ocorrido em 2015. No primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo do ano passado, as exportações a partir do Brasil subiram 72%.

A companhia inicia operação de chapas grossas na usina de Ouro Branco, em Minas Gerais, em julho, disse Gerdau, o que a colocará em competição direta com a Usiminas, tradicional produtora do insumo usado em aplicações de setores como petróleo e gás.

Por conta da preparação do laminador de chapas grossas e da construção de aciaria na Argentina, os investimentos do primeiro trimestre ficaram em um ritmo anualizado acima da projeção de dispêndio de R$ 1,5 bilhão para 2016. A Gerdau investiu R$ 485 milhões nos três primeiros meses do ano, mas o executivo comentou que o valor não pode ser tomado como referência para o restante do ano.

Preço

Com aumento dos preços de commodities, como o minério de ferro, o executivo ainda afirmou que acredita que há a oportunidade para o aumento dos preços do aço em maio, mas não quis entrar em detalhes. "Cada país faz a sua avaliação de quando aumentar preços, mas agora, com a recuperação dos preços, existe a oportunidade. Subiu muito o preço da matéria-prima, temos visto o minério subindo e descendo, mas ele já mudou de patamar", afirmou.

Gerdau evitou dar detalhes sobre nível de reajuste ou prazo para aumento dos preços de seus produtos, mas em relatório no início desta semana, analistas do BTG Pactual citaram como positivo notícias de que os produtores de aços longos estariam avaliando reajustes de até 8% até junho.

"Nos últimos dois meses e meio houve uma recuperação muito forte nos preços de commodities, incluindo aço (...) Quando acontece isso, em todas as nossas operações existe oportunidade de se buscar alguma coisa em preço", disse o presidente da Gerdau em teleconferência com analistas. O executivo, porém, afirmou que ainda não é possível determinar se a recuperação nos preços é sustentável.

O presidente da companhia também destacou que o objetivo da Gerdau, ao longo do ano, será a geração de fluxo de caixa livre por meio da restrição de novos investimentos e da diminuição de custos, com a redução da alavancagem financeira.

A companhia manteve a previsão de investimento de R$ 1,5 bilhão este ano, o que representa uma redução de 35% em relação ao ano passado. Dentro dessa estratégia, a Gerdau também continua avaliando a possibilidade de vender ativos.

Lucro

A siderúrgica Gerdau encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 14 milhões, queda de 94,8% em relação aos R$ 267 milhões reportados no mesmo período de 2015. A receita líquida caiu 3,5% em base anual e atingiu R$ 10,085 bilhões.

De janeiro a março, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia foi de R$ 930 milhões, retração de 15,9% ante a cifra de R$ 1,106 bilhão do primeiro trimestre do ano passado.

A produção de aço bruto da Gerdau caiu 4,3% no trimestre, somando 4,154 milhões de toneladas, em razão da readequação dos níveis de estoques nas operações de negócio América do Norte e do segmento de aços especiais. A venda de aço caiu 7%, a 3,851 milhões de toneladas, sendo impactada, principalmente, pelo menor volume comercializado no mercado interno.

Dos montante R$ 485,3 milhões investidos, 40,5% foram destinados para o Brasil, 30,2% para a América do Sul, 16,6% para a América do Norte e 12,7% para o segmento aços especiais. A previsão de investimentos de R$ 1,5 bilhão para este ano foi mantida.

Fonte: Monitor Mercantil, também 4 de maio

Contribuição de Marko Ajdaric
 

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