O grupo Gerdau é o principal alvo da sexta fase da Operação Zelotes, que voltou a seu objetivo inicial, que é investigar suspeitas de esquemas bilionários no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.
A Polícia Federal (PF) tinha 22 mandados de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão para cumprir em quatro estados e no Distrito Federal. O presidente do grupo siderúrgico, André Gerdau, apresentou-se na Superintendência da PF em São Paulo, no bairro da Lapa, por volta das 14 horas. A suspeita é que a companhia tenha atuado no Carf para evitar o pagamento de multas que chegam a R$ 1,5 bilhão.
A siderúrgica tem operações industriais em 14 países e, segundo a denúncia da PF, celebrou contratos com escritórios de advocacia e de consultoria, os quais, por meio de seus sócios, "agiram de maneira ilícita, manipulando o andamento, a distribuição e decisões do Carf, visando a obter provimento de seus recursos e cancelamento da cobrança de tributos em seus processos".
As ações do grupo Gerdau despencaram na Bovespa. A ON caiu 6,77%, e a PN, 4,77%. Tombo maior tiveram os papéis da Gerdau Metalúrgica, com quedas de 9,65% (ON) e 10,85% (PN).
Advogado de André Gerdau, o criminalista Arnaldo Malheiros disse que são infundadas as suspeitas. Ele reconheceu que o grupo recebeu autuações do fisco no valor de R$ 1,5 bilhão e que está tentando demonstrar que nada deve.
Malheiros ressaltou que, no único caso julgado até o momento pelo Carf, a decisão foi contrária à Gerdau. "Só se fosse uma corrupção contra a própria empresa, o que é um absurdo", argumentou. O advogado disse que parte das perguntas feitas ao empresário não foram respondidas, uma vez que André Gerdau não tinha conhecimento sobre os assuntos abordados pelos delegados.
Fonte: Monitor Mercantil
Contribuição de Marko Ajdaric
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