O ministro do trabalho, Miguel Rossetto, se comprometeu, nasemana passada, em interceder pelas negociações ntre metalúrgicos e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na região de Volta Redonda (RJ) para tentar adiar ou evitar milhares de demissões que já teriam sido anunciadas pela empresa. Estima-se em 3.000 o número de demissões pela CSN.
Em reunião com sindicalistas, deputados e senadores fluminenses na tarde desta segunda-feira, Rossetto se prontificou a ligar nos próximos dias para o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, para pedir mais prazo para negociações entre os trabalhadores e a empresa.
"Medidas de apoio ao setor siderúrgico estão sendo tratadas a partir do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), mas o ministro Miguel Rossetto se comprometeu em entrar em contato com a CSN para formar uma mesa de negociações a partir de janeiro para apresentar alternativas às demissões", disse o ministério do Trabalho em nota.
Após a reunião, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, explicou que a intenção dos metalúrgicos da CSN é apostar em alternativas para proteção desses empregos que não o desligamento de postos de trabalho vitais para a economia de cidades como Volta Redonda, Resende e Barra Mansa, por exemplo.
Segundo Torres, a CSN chegou a informar que poderia realizar as demissões no próximo dia 4 de janeiro. A ideia é propor à companhia instrumentos como acordos de lay-off, em que o trabalhador tem o contrato de trabalho suspenso por até seis meses, mas recebe seguro-desemprego e faz cursos de qualificação profissional; ou o Plano de Proteção ao Emprego, que prevê redução de até 30% jornada de trabalho e de salários com a condição de que o governo complemente parte dessa redução com subsídios.
"Estamos pedindo que eles [CSN] suspendam as demissões e que em janeiro a gente discuta as medidas alternativas", disse Torres. "Temos instrumentos legais que nos garantem segurar por seis ou oito meses as demissões."
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Sílvio Campos, que também participou da reunião com Rossetto, a empresa ainda não manifestou qualquer intenção de recuar da decisão de desligar os trabalhadores, mas os metalúrgicos estão dispostos a negociar um pacote "anti-demissão". "A região não suporta essas demissões", disse Campos ao sair do ministério do Trabalho.
A CSN emprega 11 mil trabalhadores e conta com mais cinco mil terceirizados em sua usina de Volta Redonda. A companhia não confirmou a quantidade de eventuais desligamentos.
Em nota à imprensa, a empresa respondeu que "está negociando com o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda medidas necessárias para enfrentar o desafiador cenário econômico brasileiro e mundial". "Durante todo o ano de 2015, a CSN fez enormes esforços para manter os níveis de emprego e foi uma das poucas empresas do seu setor a não realizar ajustes em sua produção", afirmou.
Adaptamos de Valor
Contribuição de Marko Ajdaric