Volta Redonda (RJ)- Integrantes da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça estarão em Volta Redonda no dia 28 de outubro para avaliar o caso dos operários assassinados durante a "Greve de 88" na CSN. Será mais um passo para possível reconhecimento dos operários Carlos Augusto Barroso, Walmir de Freitas e Willian Fernandes Leite como anistiados políticos. Os trabalhadores morreram no dia 9 de Novembro de 1988, após tropas do Exército invadirem a Usina Presidente Vargas para desmobilizar o movimento grevista.
As informações foram passadas pelo presidente da Comissão da Verdade Dom Waldyr Calheiros, Alex Martins, que celebrou a repercussão que o caso de Volta Redonda vem conquistando no meio jurídico nacional. Alex lembrou que recentemente o Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda fez um requerimento pedindo o reconhecimento de Walmir, Willian e Barroso como anistiados políticos.
– Será como fechar um ciclo. A Comissão da Verdade trabalha com três eixos: apuração dos fatos, readequação histórica e busca pela Justiça. Neste caso dos três metalúrgicos assassinados em 1988 estamos agora no terceiro eixo. Se obtivermos êxito, todo o trabalho terá valido a pena – disse Alex Martins.
O presidente da Comissão reconheceu que os temas abordados pela Comissão da Verdade são polêmicos, mas ressaltou que os fatos ocorridos durante a greve precisam ganhar luz.
– Nós não podemos tolerar que violações graves contra os direitos humanos, praticadas contra trabalhadores, sejam colocadas em arquivos e ignoradas sem punições aos autores e reparações aos que sofreram. Vamos lutar e trabalhar para que a História seja contada da maneira exata como ocorreu – disse o presidente da comissão.
O vice-presidente do grupo, vereador José Jerônimo Teles Filho (PSC), afirmou que o grupo trabalha sem clima de revanchismo e que pretende em primeiro lugar buscar apoio aos familiares dos operários assassinados.
– Estas famílias ficaram sem voz durante muito tempo e até medo mesmo de buscar os seus direitos. Temos de entender bem o que se passou em Volta Redonda naquela época. Só assim vamos poder reparar o que foi feito a estas famílias, que foram destroçadas pelos desdobramentos da invasão do Exército e na época perderam seus arrimos. O tempo passou mais rápido para nós, mas para eles o dia 9 de novembro de 1988 ainda ronda – disse Jerônimo.
MPF no caso
No início do mês O Ministério Público Federal encaminhou ao presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão Pires Junior, requerimento com pedidos de reconhecimento da condição de anistiados políticos dos operários Carlos Augusto Barroso, Walmir de Freitas e Willian Fernandes Leite.
O encaminhamento atendeu um pedido feito em inquérito civil público pelos familiares dos trabalhadores, que foram mortos após invasão do Exército na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 09 de novembro de 1988. Os familiares procuraram o MPF neste ano e apresentaram, juntamente com a Comissão da Verdade Municipal Dom Waldyr Calheiros, documentos a respeito dos fatos e notícias da época.
Segundo relatório elaborado pela comissão, em 9 de novembro de 1988, diante da resistência do movimento grevista, as tropas do Exército entraram na usina Presidente Vargas e foram reforçadas por comboio de carros de combate, tanques de guerra e caminhões de tropas do Exército, mobilizados pelo Ministério do Exército e pelo Comando Militar do Leste. O ataque teria começado às 18 horas na Vila Santa Cecília, na usina, e durado até a meia-noite de 9 de novembro.
O documento da Comissão da Verdade relata que no primeiro dia de greve, tropas do Exército compostas por cerca de 500 soldados invadiram e ocuparam a usina. No dia 9 de novembro, às 21h30, as tropas teriam recebido ordens para atacar os três mil operários que ocupavam a usina e estavam refugiados na aciaria.
– Trata-se de fatos que geraram comoção e repercussão nacionais, justamente em um contexto de eleições municipais e da promulgação recente da Constituição. Segundo a tese da comissão da verdade, Volta Redonda viveu uma ditadura tardia, com forte influência do Exército nas atividades da Companhia Siderúrgica Nacional e adoção de serviço de informações (ASI) para combater o movimento grevista – afirma o procurador da República Julio José Araujo Junior no ofício encaminhado à comissão de anistia.
Segundo o procurador da República Julio José Araujo Junior, a atuação do MPF no caso não se limita aos encaminhamentos de pedidos de anistia. "É necessário revelar os fatos e garantir reparações financeiras, mas também buscar reparações simbólicas e garantias de não repetição destas violações".
Fonte: Diário do Vale
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