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Trabalhadores não se intimidam com ameaça de demissão na Ford

Geral, 20 de Outubro de 2015 às 15:12h

Os metalúrgicos de Camaçari deram uma grande demonstração de unidade e força nesta terça-feira (20). Cerca de 4 mil trabalhadores fizeram uma grande caminhada em protesto à ameaça da Ford de demitir 1,4 mil funcionários.

 

A passeata saiu da montadora com direção à Cidade do Saber, onde o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Steven Armstrong,  lançou com o governador Rui Costa um programa de educação para jovens. Para o Sindicato  dos Metalúrgicos de Camaçari,  a capacitação de menores é fundamental, mas não deixa de ser incoerência da Ford lançar o programa num momento em que quer demitir em massa.

Do lado de fora do evento, os trabalhadores realizaram assembleia e chamaram atenção para o prejuízo que essas dispensas podem gerar para toda Região Metropolitana. O governador Rui Costa conversou com os trabalhadores e, segundo o Sindicato, se comprometeu em marcar uma reunião com Sindicato e Ford para buscar uma saída. Já o presidente da Ford Brasil, Steven Armstrong,  teve a indelicadeza de não receber os trabalhadores.

A montadora quer demitir 192 funcionários do setor de autopeças, 500 do setor operacional e mais 700 do setor de logística. “Além de tentar deixar centenas de funcionários desempregados, a Ford prejudica também a economia de toda a Região Metropolitana. Não podemos admitir isso. Se o momento é de crise e instabilidade econômica, é preciso que a Ford encontre alternativa que não seja o desemprego”, afirma Júlio Bonfim, presidente do Sindicato.

A Ford Camaçari diz que quer “adequar o nível de produção à demanda do mercado”, mas no fundo só tenta penalizar o trabalhador. O Sindicato alerta que só faltam cerca de 20 mil carros para alcançar a meta de produção do ano, ainda com mais de dois meses de prazo. Desde janeiro, já foram produzidos 178 mil veículos.

“Os ajustes na empresa, por causa da economia, não podem passar por demissão. As montadoras deveriam, por exemplo, baixar o preço dos carros para aumentar as vendas e desafogar os pátios lotados. Mas, como só pensam em lucro, as empresas querem que o trabalhador pague essa conta sozinho. Isso, não vamos aceitar”, destaca Bonfim.  

O Sindicato continua firme nas negociações, para evitar o processo de demissão e garantir a empregabilidade no Complexo Ford e, para isso, conta com a adesão incondicional do chão de fábrica.

 

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