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Café da manhã com deputados reforça unidade para enfrentar crise

Geral, 12 de Agosto de 2015 às 16:41h

A 17ª reunião da direção executiva da CTB reservou a manhã desta terça-feira (11) para uma análise da conjuntura política com a participação de representantes da esfera parlamentar. Estiveram presentes os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB-BA), Davidson Magalhães (PCdoB-BA) e Heitor Schuch (PSB-RS).

 



A conversa informal teve por objetivo estreitar as relações entre os dirigentes sindicais e os parlamentares. “A ideia é intensificar o diálogo especialmente de temas que são de interesse dos trabalhadores”, diz o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana.

O presidente Adilson Araújo destacou os trabalhos do Posto Avançado de Ação Sindical, Social e Institucional, em Brasília, que terá suas atividades intensificadas a partir da segunda quinzena deste mês, para contemplar a tramitação dos projetos e estabelecer uma comunicação ágil e dinâmica com as casas legislativas e o trabalho das comissões. “Já que um conjunto de demandas dos trabalhadores está pautado cotidianamente no Congresso, o Passi vai buscar manter equilíbrio entre as atividades social e sindical. Nosso esforço é convergir e evitar qualquer retrocesso à direita”, diz Araújo.

Na pauta, a crise política, a difícil correlação de forças no Congresso Nacional e a fragilidade do governo neste momento. Os deputados têm pela frente a difícil missão de brecar propostas que tramitam no Congresso, como o projeto de lei que abre caminho para privatização do pré-sal, a redução da maioridade penal, a proposta antidemocrática de reforma política e o projeto de terceirização ilimitada em discussão no Senado Federal.

Sob o tema “Democracia, soberania e direitos sociais”, o debate que se seguiu ao café, reuniu a deputada Jandira Feghali, o deputado Daniel Almeida, o cientista social Emir Sader, o diretor dos grêmios estudantis da Ubes, Rarikan Heven e dirigentes da CTB, liderados pelo presidente nacional, Adilson Araújo.

Jandira Feghali ressaltou a defesa da gestão de Dilma neste momento tão difícil e hostil aos setores progressistas. Relatou as dificuldades em enfrentar as bancadas BBB, no Congresso: da bala, da Bíblia e do boi. "Há bancadas que nublam a laicidade do estado", diz Jandira, afirmando que o quadro se agravou muito com a eleição de Eduardo Cunha.

“Defendemos o governo porque ele representa o projeto que mais favorece a sociedade brasileira. A alternativa a Dilma (os governos do PSDB e a direita) nós já conhecemos. Por isso temos de ter lado neste momento. Ter lado e cobrar mudanças. Temos a enorme responsabilidade de garantir a base de sustentabilidade desse governo - que está isolado não por seus defeitos, mas por seus compromissos".

O vice-presidente da CTB, Joílson Cardoso, lançou a questão: qual o projeto nacional que defendemos? “Pior que a crise do capitalismo e do rentismo é o silêncio das esquerdas. Nós, do campo popular, sabemos o que representa o retorno do modelo da direita”, diz Joilson, defendendo o poder da mobilização frente à escalada da campanha desigual da mídia. “A luta política é grande e nos desafia a sabermos como lidar com as nossas diferenças. Não se trata de buscar uma hegemonia. Temos de pensar na perspectiva da luta do campo popular contra a direita. O desafio está posto e a CTB é um instrumento importantíssimo nesta luta”, conclui.

O cientista político Emir Sader cita o historiador marxista britânico Perry Anderson para retratar a difícil conjuntura política nacional e a derrota da esquerda no campo ideológico: "Anderson observou que, quando a esquerda finalmente chegou ao poder, tinha perdido a batalha das ideias", diz, referindo-se à hegemonia do pensamento ideológico ocidental capitalista em detrimento da construção de uma comunicação progressista no campo popular.

Dentro desta perspectiva, torna-se ainda mais importante o debate promovido pelo encontro da CTB. "É de extrema importância. Temos que conhecer a realidade para, então, planejar nossa ação. A crise capitalista é a expressão concentrada de interesses econômicos em choque. É hora de defender a governabilidade e a presidenta Dilma”, diz o assessor político da CTB, Humberto Martins.

Ao final da conferência, todos os palestrantes fizeram suas considerações finais. Adilson Araújo agradeceu a todos os participantes e ressaltou a importância em ter pautado este debate."Trouxemos para o centro da reunião da direção executiva temas muito importantes da atual conjuntura. O propósito é dialogar mais e melhor", concluiu Araújo.

Portal CTB - Natália Rangel, de Brasília

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