A data-base da categoria é 1º de maio, foram oito rodadas de negociações e o descaso e desrespeito estavam estampados, e ainda estão, em todas as mesas, inclusive diante de autoridades do Ministério Público do Trabalho, ao não aceitarem a proposta do próprio MPT de 9,5% de reajuste salarial e exigirem a retirada do valor da multa normativa de um piso salarial do frentista por desrespeito à CCT. Falta interesse em negociar, afirma o presidente do Sinposba, Antonio José Santos.

“Os péssimos patrões, proprietários de postos de combustíveis, deixaram claro e de forma firme, que não têm interesse em assinar a Convenção Coletiva de Trabalho 2015 com o Sinposba, a não ser que a entidade dos trabalhadores abra mão das multas previstas na cláusula 48ª. Isso nós não vamos aceitar em hipótese alguma; porque abrir mão da multa é dar um cheque em branco para que possam desrespeitar a Convenção que eles mesmos assinaram, por isso a greve é nosso último recurso diante do impasse criado.” Disse o presidente.

A diretoria do Sinposba está nos locais de trabalho mobilizando os trabalhadores e trabalhadoras para a greve a partir do dia 10 de agosto, segunda-feira, com faixas e carro de som, distribuindo carta à sociedade sobre os reais motivos do porquê da greve. Nesta sexta, 7, a partir das 14h, a mobilização será concentrada no Posto da Graça, perto da sede do MPT que fica na Vitória.

O texto da carta afirma que os patrões se recusam a avançar os benefícios sociais, querem retirar direitos como a periculosidade para os que trabalham nas lojas de conveniências e escritórios, não investem em segurança deixando a categoria exposta a assaltos, não garantem ambiente de trabalho decente e saudável, muitos patrões não fornecem água potável para beber e nem área de convivência, praticam assédio moral simulando demissões por justa causa burlando direitos trabalhistas, descontam fardamento dos trabalhadores, cheques devolvidos e prejuízos dos assaltos como se fossem vales de adiantamento de salário, instituindo constantemente fraudes nas relações de trabalho.Confira abaixo o documento divulgado pela Sinposba.

M O Ç Ã O D E R E P Ú D I O

A Diretoria do Sinposba vem a público manifestar repúdio às atitudes desrespeitosas, de chantagem imoral e de desqualificação das justas reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras em postos de combustíveis e ameaças à esta Diretoria, manifestadas pelo Sindicombustíveis em panfleto contendo acusações infundadas e irresponsáveis, passiveis de processo criminal e denúncia à sociedade civil, às instituições públicas e entidades sindicais nacionais e internacionais, como às Centrais Sindicais e a Organização Internacional do Trabalho.

O panfleto tenta, numa atitude desesperada, difamar, caluniar e intimidar a Diretoria do Sinposba às vésperas da decretação da greve em 10 de agosto próximo, consequência da imposição patronal nesta Campanha Salarial 2015, após 8 rodadas de negociações frustradas, ao não aceitar nem mesmo a proposta do Ministério Público do Trabalho de 9,5% de reajuste salarial, insistir em rebaixar o valor da multa normativa prevista na Cláusula 48ª de um piso do frentista, caso desrespeitem a Convenção assinada por eles mesmos, e ao condicionar a assinatura da CCT ao toma lá dá cá; atitude veementemente recusada por esta Diretoria.

Reafirmamos nosso propósito classista em defesa dos interesses e direitos da categoria dos trabalhadores e trabalhadoras em postos de combustíveis da Bahia, ratificamos os conteúdos de todas as ações judiciais impetradas, nossa trajetória de lutas e mobilizações em todo o estado nos locais de trabalho, os termos já expostos nas diversas Mesas de Negociações patrocinadas pelo Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho, em todos os nossos impressos e páginas na Internet e em carta à sociedade baiana, de que os proprietários de postos de combustíveis, representados pelo Sindicombustíveis, são sim, péssimos patrões.

Se recusam a avançar os benefícios sociais, e a implantar um plano de saúde, querem retirar direitos como a periculosidade para os que trabalham nas lojas de conveniências e escritórios, a maioria dos patrões não emite o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP prejudicando os frentistas na horada da aposentadoria, não investem em segurança deixando a categoria exposta a assaltos, não garantem ambiente de trabalho decente e saudável, muitos patrões não fornecem água potável para beber e nem área de convivência, praticam assédio moral simulando demissões por justa causa burlando direitos trabalhistas, descontam fardamento dos trabalhadores, cheques devolvidos e prejuízos dos assaltos como se fossem vales de adiantamento de salário, instituindo constantemente fraudes nas relações de trabalho.

A Campanha Salarial 2015 continua com a moral elevada da nossa categoria diante de tantas humilhações; nosso propósito é o estabelecimento do respeito à nossa dignidade, afinal é necessário valorizar quem produz, por isso vamos à greve.

Salvador, 6 de agosto de 2015

A diretoria do Sinposba

Fonte: Sinposba