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Acuado com vazamento da Lava Jato, Cunha promete vingança

Geral, 17 de Julho de 2015 às 14:49h

O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está enfurecido com o vazamento do depoimento da delação premiada do lobista Júlio Camargo concedido ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, capital do Paraná. Ele foi acusado pelo réu de receber US$ 5 milhões de propina.

“Não há mais volta. A partir de hoje, minhas relações com o governo estão rompidas”, disse Cunha “Não há mais volta. A partir de hoje, minhas relações com o governo estão rompidas”, disse Cunha
“É tudo vingança do governo. Parece que o Executivo quer jogar a sua crise no Congresso”, disse Cunha para se defender das acusações. E completa: “Janot está claramente agindo em conluio com Dilma e o PT”. Ele atribui como uma manobra do Planalto as denúncias o envolvendo na Lava Jato, o que não se sustenta, já que o governo e o PT tem sido os principais atingidos com os vazamentos seletivos e os depoimentos sem provas das delações premiadas.

Cunha afirma que Camargo disse “mentiras” ao ser coagido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, Jato teria ameaçado cancelar a delação premiada do lobista caso ele não entregasse o que sabia sobre Cunha.

Além disso, o PMDB faz parte da base aliada a contragosto de Eduardo Cunha que há muito tempo tenta manobrar para o rompimento da aliança. Acuado, ele acredita que agora encontrou o motivo para oficializar o que já vinha fazendo há anos nos bastidores.

Rompimento político

“Não há mais volta. A partir de hoje, minhas relações com o governo estão rompidas”, disse Cunha. Apesar das acusações serem contra ele, o peemedebista afirma que se trata de “um movimento político para acuar o Congresso”.

Em contradição ao espírito cristão da tolerância e sabedoria, já que Cunha é evangélico, ele promete a vingança. Já anuncia que “mandará” instalar duas CPIs na Câmara – uma sobre os fundos de pensão e outra sobre o BNDES. “Se Dilma e o governo me querem como inimigo, conseguiram. Não haverá mais trégua. Não serei intimidado”, disse Cunha.

Ele já conversou com o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer (PMDB-SP), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para informar o seu definitivo rompimento.

Investigado na Operação Lava Jato, Cunha se diz perseguido e diz que há uma “pressão” exercida pelos investigadores, a mando do Planalto. A lógica de Cunha é puro jogo de cena. Se o Planalto tivesse tal atuação de ingerência estaria fazendo o mesmo quanto às ilações lançadas contra integrantes do PT. Vale ressaltar que essa tese de ingerência do Planalto é o mesmo discurso feito pela grande mídia e a oposição.

Cunha também não descarta dar prosseguimento a um processo de impeachment contra Dilma no segundo semestre. Há cerca de dois meses ele afirmava que não havia motivos ou fatos que ensejassem tal procedimento.

Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências

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