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Greve na Dedini / Recall enorme na Honda Paralisação de produção na GM

Geral, 13 de Maio de 2015 às 16:41h

Nós buscamos informações mais 'recheadas' sobre um tema noticiado rapidamente por um dos jornais que circulam na cpaital baiana, hoje - a paralisação da produção da General Motors em Gravataí (RS),  e achamos mais detalhes no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto (SP), que também se ocupou de informar sobre uma greve de metalúrgicos em sua região, e um mega recall, motivo pelo qual veiculamos as três notícias 'casadas.

1) Desde quarta-feira (dia 6) os operários da Dedini Indústrias de Base, com sede em Sertãozinho e Piracicaba, estão em greve. Os motivos são atraso no pagamento, o não pagamento do Fundo de Garantia e as férias atrasadas.
 
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho, Samuel Marqueti, a situação atual da empresa não é só pela crise que castiga as indústrias da cidade. 'A crise passa por todos os setores, mas nesse caso é má administração', frisa.

De acordo com ele, 80 operários demitidos estão com as parcelas da rescisão atrasadas. 'Há três meses esse pessoal não recebe', afirma Marqueti. 'Outros 400 trabalhadores temporários estão sendo demitidos e a Dedini também não está acertando a rescisão deles', completa.

O sindicato da categoria acredita que, até agora, pelo menos 600 pessoas já foram demitidas somente na Dedini de Sertãozinho. 'É um impacto muito grande para a cidade', garante o sindicalista.

Um operário que tem mais de 20 anos de casa, que preferiu não se identificar, relata que eles optaram pela greve pois estão com medo, já que conhecem vários operários que foram demitidos e que, até hoje, não receberam nada.

'A coisa está difícil. Não temos pagamento, não depositam o Fundo de Garantia há cerca de quatro anos e o pessoal que saiu de férias já retornou e ainda não recebeu por ela. Por isso, optamos pela greve', conta.

Além disso, segundo o operário, a empresa não paga a multa pela rescisão. 'Tanto os 40%, quanto o valor que dividem não é pago', frisa. 'Todo pagamento é um desespero. Não dá para acreditar na empresa', conclui.

Hoje, uma nova assembleia será realizada às 7h e se houver uma proposta pela empresa, deverá ser votada.

Queda de faturamento chega a 70%

Em nota, a Dedini informa que parcelou o pagamento dos salários de 5 de maio em função da indisponibilidade de caixa, gerada pela grave crise que o setor de bens de capital e o setor sucroenergético vêm atravessando.

'Em função desta crise instalada nos últimos anos, a Dedini teve uma queda de faturamento de mais de 70% e uma inadimplência dos clientes que atinge R$ 100 milhões, o que levou a empresa a buscar recursos no sistema financeiro e aumentar seu endividamento', diz.

 2) A Honda realizará seu maior recall no País, envolvendo 423.217 modelos Fit, City, Civic e CR-V. A empresa detectou defeito no sensor que mede o combustível no tanque, que pode provocar uma "pane seca". A peça só começará a ser substituída a partir de 1º de junho.
Com essa convocação, sobe para 626.855 o total de veículos envolvidos em recall neste ano no País, em 34 campanhas. O número é 34,4% maior em relação ao de igual período do ano passado, com 466.409 unidades em 30 campanhas, segundo dados do Procon-SP.

No comunicado divulgado nesta terça-feira, 12, a Honda alerta para riscos de desligamento involuntário do motor, o que pode causar colisões e, em situações extremas, lesões físicas ou até morte de ocupantes e terceiros.

3) A General Motors (GM) paralisou nesta segunda-feira (12), por tempo indeterminado, os três turnos da linha de produção na fábrica de Gravataí (RS), onde produz os modelos Onix, Prisma e Celta. De acordo com a montadora, a paralisação foi "forçada" pela decisão das empresas Tegma e Transzero de pararem de fazer o transporte dos veículos produzidos na unidade, após divergências sobre o custo do frete. A parada ocorre no momento em que a GM estaria discutindo com os trabalhadores a possibilidade de encerrar o terceiro turno na fábrica, em razão da queda nas vendas de veículos, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da região.
Em nota, a GM lamentou a decisão da Tegma e Transzero, classificando-a como uma "ação unilateral" que "vai forçar a parada da linha de produção". A montadora afirmou que está disposta a continuar as negociações sobre o custo do frete com as duas empresas e espera alcançar um acordo que "não comprometa a competitividade dos produtos Chevrolet no mercado brasileiro". Procurada, a Tegma informou, via assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre o assunto. Já na Transzero uma gerente declarou que não estava sabendo da paralisação do transporte em Gravataí e iria apurar o ocorrido.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, disse que soube da paralisação da Tegma e da Transzero na manhã desta terça-feira e que a montadora comunicou aos trabalhadores que não haveria trabalho somente hoje. "Não falaram sobre os outros dias", disse. De acordo com o dirigente sindical, em todo o complexo industrial da GM em Gravataí há cerca de 10 mil funcionários - dos quais mil são terceirizados -, divididos em três turnos de trabalho.

Fim do terceiro turno

Ascari disse que a montadora comunicou ao sindicato que está disposta a fechar o terceiro turno em Gravataí (inaugurado no início de 2013), por causa dos altos estoques. Segundo ele, há quase 16 mil automóveis no pátio da fábrica e em dois espaços alugados na cidade. "Mandaram um ofício dizendo que a produção atual tem excesso de trabalhadores, mas não queremos demissões", afirmou. A GM declarou que não comenta o que chama de "especulações".

No comunicado sobre a Tegma e Transzero, contudo, a montadora destacou que, "neste momento de dificuldades do mercado brasileiro", o objetivo é manter a unidade operando em três turnos.

O complexo industrial de Gravataí era, até então, o único entre os três que a GM possui no Brasil onde não tinham sido anunciados ou cogitados cortes de produção. Em São Caetano do Sul (SP), a montadora tem 819 metalúrgicos em lay-off (suspensão temporária dos contratos) desde novembro de 2014 até 9 de julho. Na mesma unidade, a empresa concedeu licença remunerada a 467 empregados no dia 5, por tempo indeterminado. Já em São José dos Campos (SP), 325 metalúrgicos entraram em lay-off da última sexta-feira até 7 de agosto. Eles se juntaram aos 473 metalúrgicos que já estavam afastados desde março, também até agosto.

Contribuição de Marko Ajdaric

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