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Petrobras assegura que pagará metalúrgicos da Iesa

Geral, 17 de Dezembro de 2014 às 15:40h

Líderes políticos e sindicalistas gaúchos que estiveram nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, em reunião com a cúpula da Petrobras, voltaram com boas notícias. Além de assegurar o pagamento dos valores devidos pela Iesa Óleo e Gás aos 1.100 trabalhadores demitidos em outubro, em Charqueadas, a presidente da estatal, Graça Foster, garantiu que pretende manter os contratos em andamento no estado, alguns dos quais envolvem empresas investigadas na chamada operação Lava-Jato.

 
Graça Foster, por outro lado, não comprometeu-se com a manutenção dos investimentos em Charqueadas — a ideia da comitiva gaúcha era de que a Petrobras mantivesse o polo naval do Jacuí, contratando empresas da região para ocupar a área da Iesa e executando o contrato inicial de US$ 800 milhões.
— Pagando os trabalhadores, se resolve um problema, mas fica em aberto a manutenção do polo de Charqueadas. De toda forma, eles (diretores da Petrobras) demonstraram bastante interesse em resolver a situação — afirma o vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Ênio Santos.
 
No fim da tarde desta segunda, em outra frente de pressão para o pagamento dos direitos dos demitidos nos polos navais, representantes das maiores centrais sindicais do país estiveram em Brasília, onde reuniram-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. Da mesma forma que o encontro da manhã, no Rio, o objetivo era buscar um acordo para que a Petrobras pague os direitos trabalhistas devidos pelas empresas terceirizadas.
 
A ideia era que a estatal bancasse os salários e as despesas rescisórias como uma espécie de adiantamento, podendo, posteriormente, descontar o montante dos valores a pagar às empresas. Segundo os sindicatos, o universo de terceirizados da Petrobras é de cerca de 300.000 trabalhadores, e a estimativa é de que, após a deflagração da Lava-Jato, mais de 10.000 trabalhadores já tenham sido dispensados em Pernambuco, no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Rio de Janeiro. Do governo, ouviram o compromisso de buscar uma solução jurídica.
 
 
Desde a semana passada,centenas de operários demitidos ocupam a sede da Iesa, às margens da rodovia ERS-401, em Charqueadas. Para deixar o local, exigem o pagamento dos salários de novembro, da primeira parcela do 13º salário (vencida em 30 de novembro) e das verbas rescisórias.
 
Como a empresa alegou não ter condições financeiras de arcar com os custos rescisórios depois que a Petrobras anunciou o cancelamento do contrato, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS) considerou que a estatal — líder do Consórcio Tupi/BV, contratante da Iesa — tinha responsabilidade solidária sobre os metalúrgicos, determinando que arcasse com as dívidas trabalhistas.
Agora, com a concordância da Petrobras em pagar as rescisões, em um montante estimado pelo TRT-RS em mais de R$ 20.000.000, há a tendência de que a crise chegue ao final hoje (dia 16), quando ocorre a nova audiência de conciliação do caso, em Charqueadas — o encontro estava marcado para hoje, mas foi transferido pela juíza do Trabalho, Lila Paula Flores França, titular da Vara do Trabalho de São Jerônimo, a pedido da Petrobras e do Tupi/BV.
 
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (Sindimetal) de Charqueadas, Jorge Luis Silveira de Carvalho, afirma que os operários têm urgência em receber os valores devidos pela Iesa. Segundo ele, cerca de 300 metalúrgicos dependem hoje de doações de alimentos para não passar fome.
 
— A esmagadora maioria ganha pouco e não tem mais de onde tirar. Enquanto o dinheiro não aparecer na conta, a ocupação da sede continua. Quando falta comida, não dá para aguentar — disse Carvalho.
 
Adaptamos de Zero Hora (jornal de Porto Alegre)
Contribuição de Marko Ajdaric

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