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Indicações de leitura sobre Leandro Konder

Geral, 14 de Novembro de 2014 às 16:09h

Nesta semana, 'o maior filósofo marxista brasileiro' nos deixou, como podem ver neste excelente obituário do Jornal do Brasil

http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2014/11/13/inquieto-intelectual-leandro-konder-deixa-uma-vasta-obra/

 



Realçamos, apenas:

Leandro Konder nasceu em 1936, em Petrópolis (RJ), filho de Valério Konder, ATENÇÃO: este, um médico sanitarista e líder comunista. Formado em direito, Leandro exilou-se em 1972, após ser preso e torturado pelo regime militar, e morou na Alemanha e depois na França até seu regresso ao Brasil em 1978.

Um dos maiores estudiosos do marxismo no país, coordenou, em conjunto com Michael Löwy [que esteve no Brasil, este mês, como podem ver neste link http://www.rosaluxspba.org/2014/11/debates-urgentes/], a coleção 'Marxismo e Literatura', da Editora Boitempo.



Desta coleção, destaco como obra recomendável para um círculo mais largo de leitores 'O Capitalismo como Religião', que traz uma coletânea de textos do mais que seminal filósofo Walter Benjamin nos quais ele tece uma crítica radical da civilização capitalista-industrial moderna.

De pena própria de Leandro Konder, com quem estive uma única vez, numa livraria em Ipanema em colóquio aonde também estava o baiano Carlos Nelson Coutinho [http://editora.expressaopopular.com.br/noticia/batalha-das-ideias-carlos-nelson-coutinho-1943-2012-um-intelectual-incomum] creio poder sugerir 2 livros que me enriqueceram as vistas e os horizontes:



Puxando a brasa para a nossa sardinha do humor: 'Barão de Itararé: o Humorista da Democracia' pela editora Brasiliense, 72 páginas, dentro da coleção de biografias curtas Encanto Radical . Para um bom leitor, 90 minutos de inteligência duplamente qualificada, levando em conta que 72 pagininhas (dado o formato) não são (e não podem ser) 200 páginas.



Tido como 'maior responsável pela introdução no Brasil da obra do pensador, esteta e filósofo  Gyorgy Lukacs' (http://www.teoriaedebate.org.br/materias/politica/leandro-konder) Leandro teve tempo de deixar uma obra para 'menos iniciados' que se inscreve na coleção 'Fontes do Pensamento Político' de 1980, pela L&PM.

Ressaltar Lukacs nesta nota para o SINDIMED tem um aspecto fulcral: este húngaro foi quem mais e melhor elaborou as dores e as poucas delícias de ser trabalhador intelectual - como são os médicos - em uma sociedade em que parte do que se produz por todos é apartado para absolutamente nenhum fim humano.
 
Questionamentos, que imagino, tenham estado presentes ao longo da vida do paizão de Leandro na formação dele e de seu irmão, outro gigante dos lutas sociais, Rodolfo, que também se foi neste 2014.

texto de Marko Ajdaric para o Sindicato dos Médicos da  Bahia - SINDIMED

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