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Paranapanema sucateia unidade de Dias D’Ávila

Geral, 01 de Setembro de 2014 às 16:12h

A cada ano, a Paranapanema/Caraíba Metais vem desmontando e sucateando toda a planta industrial de Dias D’Ávila com sucessivas gestões descomprometidas com o projeto do Cobre. Para o Sindicato dos Metalúrgicos, são executivos contratados a peso de dólar, enquanto o trabalhador, que gera a riqueza da empresa, sofre com variados e graves problemas.

 
Em muitas áreas, a empresa demonstra a sua situação decadente, gerando muitos prejuízos aos funcionários. “O Plano de Saúde, que já foi uma referência no Polo Petroquímico, se tornou piada. Alguns empregados chegam a ser vítimas de preconceito, ao buscarem atendimento em clínicas e hospitais. Além disso, o trabalhador é obrigado a pagar sucessivos aumentos da coparticipação e descontos abusivos nos contracheque, além dos 30% previstos na Convenção Coletiva. A AMIL, empresa que tem o controle da saúde dos empregados não tem um bom conceito no mercado baiano e parece não ter interesse em melhorá-lo”, denuncia Anivaldo Oliveira, diretor do Sindicato.
 
As constantes paradas não programadas têm provocado muito prejuízo. Reflexo da política traçada de arrocho e de redução de custo. De acordo com o Sindicato, outros problemas são as sucessivas demissões de trabalhadores sem qualquer critério, sem preservação da memória da empresa, o Plano de Cargos e Salários, que está estacionado, e chamando Plano Hay. “O trabalhador é ‘promovido’ a uma função na linha sucessória do Plano e continua com o mesmo salário. O Sindicato tem pontuado junto à empresa a questão do passivo trabalhista. Mas, até mesmo dirigente sindical é vitima da política do máximo pelo mínimo”, destaca Anivaldo Oliveira.
 
Para o Sindicato, a sede da empresa é em Dias D’Ávila, mas apenas para obter benefícios do Estado. A área administrativa foi totalmente desmontada: as gestões de contabilidade, custos, orçamento, informática e almoxarifado foram transferidas para São Paulo. Em junho deste ano, a Paranapanema deixou de pagar aos cofres públicos R$ 424,2 milhões, referentes a impostos de importação, PIS e COFINS, de 2004 a 2006, de uma ação que tramitava na Justiça Federal. O mais novo privilégio é a contratação de empréstimo, junto ao Banco do Nordeste, de R$ 121,4 milhões. Em comunicado, a empresa disse que vai utilizar esses recursos em “financiamento do Plano de Investimentos” em ias D’Ávila. Será mesmo? O Sindicato vai fiscalizar a gestão deste dinheiro. 
 
Histórico mostra erros de gestão
Criada nos anos 70 com o dinheiro público, para supri uma demanda interna de cobre e assegurar emprego e renda para a região do Nordeste, a Caraíba foi privatizada no boom do Neoliberalismo, a preço de banana, por três grandes grupos privados nacionais (Paraibuna, BBI e ARBI). 
Esse grupo sugou o máximo que pode, com a conivência de sucessivos governos neoliberais e, depois, repassado para os Fundos de Pensão dos Trabalhadores como Previ, Petros, Caixa e outros menores, controlados pelo Estado, como contrapeso pela compra de empresas privadas, quebradas, durante o governo de FHC. Esse foi o caso da Paranapanema e Eluma, antes bem sucedidas na Bolsa de Valores. Surgindo o Grupo Paranapanema de metais não Ferrosos, a única empresa do grupo rentável foi, e continuará sendo, a Caraíba Metais, que detinha o monopólio do mercado interno de cobre. 
 

 

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